Pesquisa vai traçar perfil da saúde bucal dos curitibanos

Quantas cáries tem o curitibano? Quantos têm alterações na gengiva? As crianças têm má oclusão? Quantas têm manifestações decorrentes do excesso de flúor? Há jovens que precisam de prótese? Qual o perfil da saúde bucal do idoso e do adulto?

Estas são algumas das perguntas que o Levantamento Epidemiológico de Saúde Bucal fará em 2003 em 250 cidades brasileiras, 50 por região do país, entre elas, Curitiba. Pela primeira vez o Ministério da Saúde fará um estudo desta abrangência sobre a saúde da boca da população.

O governo federal pretgende conhecer cada uma das cinco regiões do país. Mas em Curitiba a pesquisa será mais ampla. A Prefeitura de Curitiba quer informações sobre cada um dos oito Distritos Sanitários.

?Identificando a situação real de cada região da cidade vamos poder planejar ações específicas e contribuir para uma mudança da realidade de cada Regional. Será uma ferramenta valiosa no futuro?, disse a coordenadora da pesquisa na Secretaria Municipal da Saúde, Vera Lídia Oliveira. Curitiba vai pesquisar a boca de 7.088 pessoas.

A partir de março uma equipe formada por dentistas, auxiliares de consultório dentário, técnicos de higiene dental e agentes comunitários percorrerá escolas e creches, públicas e particulares, para estudar a boca das crianças de 5 e 12 anos de idade, dois dos seis grupos etários que serão pesquisados.

Os bebês, jovens de 15 a 19 anos, adultos de 35 a 44 anos e pessoas com 65 até 74 anos de idade, serão examinados em casa. ?Antes das visitas domiciliares todas as pessoas receberão uma carta explicando que aquele domicílio foi sorteado. As crianças que serão examinadas nas creches e escolas também deverão ser autorizadas pelos pais ou responsáveis, antes do exame.?

Já foram sorteados os 10 setores censitários que farão parte do levantamento e logo será a vez de sortear as quadras, escolas, residências. Em dezembro, os pesquisadores ? todos funcionários da Secretaria Municipal da Saúde ? serão treinados e o levantamento começa logo depois do Carnaval.

A pesquisa passou pelo Comitê de Ética do Conselho Nacional de Saúde e utiliza metodologia recomendada pela Organização Mundial de Saúde para efeito de comparações mundiais. Além do Ministério da Saúde e da Secretaria de Saúde, participam da pesquisa a Associação Brasileira de Odontologia e o Conselho Federal de Odontologia.

O que a pesquisa quer saber – Nos bebês será observada a ocorrência de cáries. Nas crianças com 5 anos de idade, além de cáries, serão verificadas as condições da gengiva e, pela primeira vez, a existência de má oclusão, que pode levar a problemas sérios de pronúncia das palavras, dores musculares e comprometer a estética da face. Entre os problemas de má oclusão estão a mordida aberta, cruzada e a sobremordida.

Dados da Secretaria Municipal da Saúde mostram que já existe a tendência de redução das cáries em crianças. O último índice de dentes cariados, perdidos e obturados da população de Curitiba com 12 anos de idade foi medido em 1997. O índice é de 1,81.

Nesta mesmo pesquisa foi verificada a existência de fluorose: 3,7% tinham comprometimento estético e 51,6% manifestaram fluorose leve, sem grande comprometimento estético. Em 1999, novamente por iniciativa da Prefeitura, foi verificado o índice de dentes cariados, desta vez nas crianças de 5 anos de idade. Em média, 3,18 dentes estavam comprometidos por cárie. ?Conhecendo outros problemas poderemos atuar preventivamente?, disse Vera Lídia.

Já no grupo de crianças com 12 anos será estudado o número de cáries, doenças da gengiva que possam comprometer a estrutura óssea, má oclusão e a fluorose, ou seja, o uso em excesso de flúor, que pode trazer alterações no esmalte do dente ? desde manchas brancas até a perda por completo da proteção.

Na faixa etária que vai dos 15 aos 19 anos de idade serão observados todos os aspectos verificados nas crianças de 12 anos. Além destes o Ministério e a Secretaria da Saúde querem saber se ocorre o uso e se há necessidade de prótese.
Entre os que têm entre 35 e 44 anos e também no último grupo a ser pesquisado ? entre 65 e 74 anos de idade – serão verificadas as cáries de coroa e de raiz, as doenças da gengiva e as que têm comprometimento ósseo e o uso e necessidade de prótese.

Entre os adolescentes, adultos e idosos a pesquisa também irá traçar o perfil socioeconômico da população, o acesso aos serviços de saúde odontológico e o que a pessoa pensa sobre a sua própria saúde bucal.

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