Pediatras tentam saber o que os bebês sentem

As tendências, desafios, oportunidades e obrigações dos pediatras, assim como dos profissionais de saúde que lidam com o público infantil, estarão sendo discutidas, até o próximo sábado, na Sociedade Paranaense de Pediatria, em Curitiba, durante o 31.º Encontro Paranaense de Pediatria, que começou ontem. Um dos principais desafios dos profissionais de pediatria é interpretar o que as crianças pequenas, que normalmente ainda não sabem se expressar direito verbalmente, estão sentindo.

O pediatra, ao longo de sua carreira, deve desenvolver a capacidade de interpretar o choro, as expressões faciais e corporais dos bebês. “Para ser pediatra, a pessoa deve realmente gostar de trabalhar com crianças”, afirma a presidente da entidade e coordenadora do evento, Eliane Maluf. “Para quem realmente tem afinidade com a área, a dificuldade de comunicação com as crianças pequenas não se torna uma barreira. Entretanto, para quem não está preparado, a comunicação se torna um obstáculo que impede o bom desempenho profissional.”

Com as crianças maiores, a relação deve ser de amizade e confiança. Segundo Eliane, muitos pequeno pacientes temem ir ao médico, associando o consultório ou a própria figura do pediatra a injeções, remédios e exames desconfortáveis. Então, choram, esperneiam e pedem para ir embora. “Se o pediatra conseguir manter uma boa relação com as crianças maiores, que já sabem falar, vai conseguir saber delas próprias o que está doendo ou incomodando”, explica a médica. Isto facilita o diagnóstico.”

Para que as crianças não se sintam em ambiente estranho, muitos médicos deixam de usar roupas brancas, enfeitam o consultório com quadros, figurinhas e brinquedos. “Tornar o ambiente agradável evita que as crianças se sintam ameaçadas”, garante Eliane. “Em um lugar cheio de brinquedos, elas se sentem mais à vontade e familiarizadas. As angústias e temores acabam sendo esquecidos.”

A relação positiva com os pais não deve ser deixada de lado. Muitas vezes, principalmente quando a criança é tímida ou ainda não sabe falar, são eles que entram no consultório para apresentar uma queixa ou expor o problema do filhos. De acordo com Eliane, o pediatra deve trabalhar em parceria com os responsáveis pelas crianças, também sabendo entender suas ansiedades, preocupações e inexperiências. “O médico pediatra precisa orientar os pais para que eles ajudem na recuperação do filho, tomando os cuidados adequados e dando a atenção necessária à criança doente. Com o tempo, o bom profissional aprende a identificar os sentimentos dos pais, criando também uma relação de confiança com eles. O pediatra, na verdade, é um médico da família”.

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