Mulheres com síndrome dos ovários policísticos, o desequilíbrio hormonal mais comum em mulheres em idade reprodutiva, podem ser mais vulneráveis à exposição ao produto químico bisfenol A (BPA), encontrado em muitos artigos domésticos de plástico, de acordo com um novo estudo.

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Os resultados serão apresentados na Sociedade de Endocrinologia, reunião anual em San Diego, nos Estados Unidos. Os pesquisadores analisaram 71 mulheres com a síndrome e 100 mulheres saudáveis, divididas em subgrupos separados por idade e composição corporal (obeso ou magro).

Os níveis sanguíneos de BPA foram quase 60% maiores em mulheres magras com a doença e mais de 30% em mulheres obesas com a síndrome. O estudo concluiu que o BPA, uma substância conhecida por desregular hormônios, é associada com níveis mais altos de hormônios masculinos no sangue de mulheres com a síndrome dos ovários policísticos, quando comparadas com mulheres saudáveis.
“As mulheres com a síndrome dos ovários policísticos devem estar alerta em relação a este contaminante ambiental de potenciais efeitos adversos sobre os aspectos reprodutivos de seu problema de saúde”, disse Evanthia Diamanti-Kandarakis, co-autora do estudo e professora da Universidade da Escola Médica de Atenas, na Grécia. A secreção excessiva de andrógenos, hormônios que promovem a masculinização é comum na síndrome dos ovários policísticos, que também aumenta o risco de infertilidade, obesidade, diabetes tipo 2 e doença cardíaca.

Estudos anteriores mostram que o BPA é elevado em mulheres que tiveram abortos espontâneos recorrentes. Este produto químico pode entrar na corrente sanguínea a partir de alimentos e bebidas servidos em recipientes de plástico rígido em policarbonato ou revestidos com resinas epóxi.

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 A mulher que apresenta ovários policísticos produz uma quantidade maior de hormônios masculinos, os andrógenos, fator que pode afetar a fertilidade feminina. “O principal problema que este desequilíbrio hormonal provoca está relacionado com a ovulação. A testosterona produzida pela mulher interfere nesse mecanismo e, ao mesmo tempo, aumenta a possibilidade da incidência de cistos, porque eles resultam de um defeito na ação dos hormônios do ovário, impedindo a ovulação”, de acordo com o ginecologista Joji Ueno.