Osteoporose – A vilã da terceira idade

O envelhecimento da população, que é uma característica dos nossos dias, está fazendo com que haja um aumento das doenças de caráter crônico-degenerativos, estando, entre elas, a osteoporose e suas conseqüências, com reflexos na autonomia das pessoas. Em termos simples, a oesteoporose (osteo = osso, porose = frágil) consiste no enfraquecimento dos ossos por alterações tanto na qualidade como na quantidade do tecido ósseo.

É a doença óssea mais freqüente da atualidade. Atinge mais de 10 milhões de brasileiros, evoluindo durante vários anos sem sintomas (inimiga oculta), vindo a manifestar-se, na maioria das vezes, de maneira trágica, por meio de uma fratura que ocorre espontaneamente ou por ocasião de um trauma mínimo. Os ossos mais afetados são os da coluna vertebral, colo do fêmur, punho, úmero e costelas.

Correm mais risco de ter a osteoporose.

1. Mulheres após a menopausa, principalmente as que apresentam baixa estatura, pouca massa muscular, pele clara ou menopausa precoce. As mulheres são mais suscetíveis à doença porque apresentam menor massa óssea e uma perda súbita do estrogênio após a menopausa, que funciona como protetor dos ossos.

2. Pessoas de ambos os sexos, à medida que envelhecemos.

Homens apresentam a massa óssea mais compacta e a redução dos hormônios sexuais ocorre mais lentamente e por um período de maior tempo. É um erro considerar a osteoporose como uma doença exclusiva da mulher.

3. Quem é portador de doenças endócrimas, como hipotireoidismo, hipogonadismo, hipertireoidismo e diabete melito; quem tem história familiar da doença ou história de fratura anterior na vigência de um trauma mínimo; quem é portador de outras doenças, como artrite reumática, cirrose, insuficiência renal crônica, mieloma múltiplo. Ainda, quem faz uso crônico de medicamentos, como a cortisona, hormônio tireoidiano, antiácidos, como o hidróxido de alumínio.

É importante evitar certas práticas e hábitos não saudáveis para a saúde, como fumar, exagerar no consumo de bebidas alcoólicas e café, sedentarismo, ingestão inadequada de cálcio.

Quanto à maneira mais eficaz de se fazer o diagnóstico precoce, além da história clínica onde se procura evidenciar os fatores de risco citados anteriormente, procede-se a medida da densidade mineral óssea por meio da densitometria óssea, que é um método não invasivo e de alta precisão, detectando pequenas perdas. É um procedimento indicado para fazer o diagnóstico precoce e acompanhar o tratamento. Os valores encontrados são comparados aos de pessoas normais com a mesma idade, peso, altura e sexo.

Em relação à osteoporose, algumas medidas julgamos importantes, tais como: iniciar a prevenção na infância e adolescência, por meio de uma alimentação equilibrada e rica em cálcio, e praticar exercícios físicos regularmente, no sentido de formar uma boa reserva óssea, que poderá trazer benefícios à medida que envelhecemos. Os exercícios físicos estimulam a produção de massa óssea e devem ser feitos em todas as fases da vida, respeitando as limitações, ajudando a prevenir fraturas na velhice.

Mulheres após a menopausa e homens após os 50 anos devem ingerir, em média, um grama e meio de cálcio ao dia. O cálcio é um mineral essencial para o organismo humano, estando ligado à formação dos ossos e dentes. Encontra-se em vários alimentos, como leite e derivados, vegetais de folhas verdes escuras, feijão cozido e peixes, como atum e sardinha.

Também recomenda-se tomar sol, em média 20 minutos ao dia. O objetivo é sintetizar, por meio dos raios ultravioletas ao nível da pele, a vitamina D, cuja principal função é a de absorver o cálcio ao nível do intestino e fixar nos ossos. É importante acompanhar os pacientes que tomam medicamentos de uso contínuo, como a cortisona.

O tratamento da osteoporose visa reduzir a perda de massa óssea, preservar ou aumentar a massa óssea já existente, controlar a dor e reduzir o risco de quedas e, conseqüentemente, de fraturas. A adesão do paciente é fundamental para o sucesso do tratamento, que é sempre individual, devendo ser realizado com orientação médica.

Luiz Bodachne

é médico geriatra do Hospital Universitário Cajuru da Pontifícia Universidade Católica do Paraná.

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