O risco de contrair cistite acompanha a mulher por toda a vida

A bancária Beatriz, 33 anos, já conhece os sintomas da cistite. Ela conta que pelo menos duas vezes por ano passa por isso. Depois de fazer os exames para comprovar o distúrbio, toma o antibiótico receitado pelo médico. Apesar de seguir à risca as orientações médicas, a doença, não demora, está de volta. Estima-se que, no Brasil, as infecções urinárias contribuam com mais de 50 mil consultas médicas anuais, além de um número importante de internamentos hospitalares. Isso significa que os gastos com a doença alcançam valores significativos. O urologista David Kulysz explica que, na maioria dos casos, as infecções urinárias são mais freqüentes na mulher adulta com vida sexual ativa, mas que apresentam gravidade moderada, a não ser quando há fatores de risco associados.

Segundo o especialista, o sistema urinário é normalmente estéril e livre de bactérias. Assim, as infecções só são adquiridas quando ele é invadido por bactérias de origem intestinal, que penetram na uretra. Dois fatores anatômicos explicam a maior propensão das mulheres a desenvolverem cistites: a proximidade com o ânus, local de fácil contaminação, mesmo com hábitos higiênicos cuidadosos, e pelo comprimento da uretra. Para se ter uma idéia, nos homens ela mede cerca de 25 cm e nas mulheres apenas três. Relações sexuais

Os principais sintomas da doença passam pelo aumento do número de micções, com pequenos volumes de urina eliminados a cada vez, sensação de esvaziamento incompleto da bexiga, ardor na uretra, dor na bexiga que se exacerba ao fim da micção e jato urinário fraco, entre outras. Nem sempre todas as manifestações estão presentes e a intensidade das mesmas pode variar em diferentes pacientes. Essa infecção não costuma ser acompanhada de outras complicações e, por isso, são desprovidas de conseqüências mais sérias. ?Contudo, produzem grande desconforto e sofrimento e isso justifica seu pronto tratamento?, observa o médico.

As relações sexuais são as causas mais importantes para o surgimento da doença e a atividade sexual intensa aumenta a chance de uma mulher contrair infecção do trato urinário. Outros fatores de risco são: infecções anteriores, idade avançada, menopausa, pedra nos rins, diabetes, complicações imunológicas e tendência genética.

Quando a bactéria se instala na uretra, aumenta a sensação de vontade de urinar, seguida de ardência e dor no canal urinário. Os sintomas podem incluir febre, urina leitosa e com odor acentuado. Quando as bactérias infectam os rins, os sintomas podem incluir febre alta, dores nas costas, náusea e vômito.

O tratamento tem um caráter não específico, mas com vantagens comprovadas no uso de antibióticos. O objetivo é eliminar os episódios agudos e prevenir que a doença se estenda por outras partes do corpo. ?As recidivas podem ser freqüentes e mais graves, mas, se o tratamento for seguido à risca, a probabilidade de cura é grande?, ressalta Kulysz, completando que é necessário tomar os medicamentos respeitando o tempo recomendado pelo médico, mesmo que os sintomas tenham desaparecido com as primeiras doses.

Para prevenir

* Beber muita água;

* Não reter a urina por longos períodos;

* Redobrar os cuidados com a higiene pessoal;

* Evitar o uso de roupas íntimas muito justas;

* Trocar absorventes higiênicos com freqüência;

* Suspender o consumo de substâncias que irritam o trato urinário, como fumo, álcool, temperos fortes e cafeína;

* Sempre que possível, depois de evacuar, lavar-se com água e sabão.

Sintomas

* Necessidade urgente de urinar com freqüência;

* Escassa eliminação de urina em cada micção;

* Ardor durante a micção;

* Dores na bexiga, nas costas e no baixo ventre;

* Febre;

* Sangue na urina nos casos mais graves.

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