O filtro solar não é bloqueador

Oficialmente, o verão começa no dia 21 de dezembro, mas na prática, uma boa parte do País já enfrenta os dias ensolarados e temperaturas em elevação.

Devido aos danos causados pelo excesso de exposição ao sol, em razão da radiação ultravioleta, ou mais especificamente ao envelhecimento precoce e ao câncer de pele, para se proteger, as pessoas tendem a procurar produtos de alto fator de proteção solar (FPS), acreditando estarem mais protegidas. A prática, conforme os especialistas, no entanto, é limitada.

O fator de proteção é um padrão universal que mede somente o grau de ação contra os raios UVB, que agem superficialmente na pele, provocando vermelhidão, queimaduras envelhecimento e câncer de pele.

Segundo Silvana Coghi, da Sociedade Brasileira de Dermatologia e da American Academy Dermatology, é importante verificar se o produto usado também oferece proteção contra raios UVA, responsáveis pelo envelhecimento precoce e por doenças alérgicas provocadas pelo sol.

A especialista explica que para maior proteção contra tais tipos de raios, é importante que os produtos contenham a indicação do PPD (índice de pigmentação persistente) que esclarece em relação à eficácia do produto.

“Para se certificar do uso de um filtro solar recomendável, é preciso dividir o FPS pelo PPD especificados no rótulo”, explica a dermatologista. Seu nível deve ser de 30% (1/3) do FPS. Assim, se o produto tem FPS 20, logo seu índice de pigmentação será de pelo menos sete.

Os raios UVA parecem inofensivos, por não darem sinais de vermelhidão, mas atingem a derme (camada profunda da pele). Sua ação acelera o envelhecimento, destruindo as fibras de colágeno, o que causa perda da elasticidade e o acentuamento das linhas de expressão e rugas finas. A pele fotoenvelhecida se torna mais espessa, áspera e com manchas.

É importante lembrar que os raios UVA têm a capacidade de atravessar os vidros dos carros, de janelas domésticas e, são constantes durante o dia todo, independentemente da estação do ano. Além disso, estão presentes nas câmaras de bronzeamento artificial em doses muito altas, às vezes mais elevadas do que na própria radiação solar.

Fotoproteção diária

O uso diário, inclusive em dias nublados, de um fotoprotetor pode minimizar os danos causados pela radiação solar, tanto ao fotoenvelhecimento quanto ao câncer da pele.

O efeito da radiação ultravioleta é cumulativo, ou seja, as alterações na pele podem se manifestar ao longo dos anos. Recomenda-se, então o uso de filtro solar regularmente, com aplicação 30 minutos antes da exposição ao sol e reaplicação no decorrer do dia.

Denise Steiner, doutora em dermatologia, recomenda que, ao primeiro sinal de manchas na pele, devido à exposição exagerada ao sol, a pessoa deve procurar auxílio especializado.

“A boa notícia é que, para tratá-las, a indústria farmacêutica vem disponibilizando produtos mais eficazes”, reconhece. Hoje, existem novos conhecimentos que tornam os cuidados ainda mais importantes. Com efeito, os especialistas têm alertado para a existência de uma relação íntima entre as radiações e o melanoma maligno, a forma mais grave de câncer da pele.

Para se ter uma pele bonita e bem tratada é fundamental a fotoproteção diária com produtos que ofereçam ampla proteção contra as radiações, que não sejam oleosos, não possuam substâncias alérgicas, perfumes e corantes, além de manter hidratação adequada para cada tipo de pele.

NÃO ESQUEÇA

* Para a maioria das pessoas, o fator de proteção solar 15 é suficiente
* No rótulo do produto deve conter a indicação “proteção contra raios UVA e UVB”
* O filtro deve ser aplicado sobre a pele limpa e seca e reaplicado a cada duas horas para manter a proteção
* O uso de chapéu ou boné nã,o deve ser descartado
* Camisetas ajudam a impedir a passagem do sol
* Evite longos períodos sob o sol, mesmo com proteção

Proteção na medida certa

A principal arma para proteger a pele é o filtro solar. Como cada tipo de pele pede um grau maior ou menor de proteção, é preciso ficar atento e não dispensar o filtro.

Isso serve, também, para os dias nublados. Só que os fotoprotetores devem ser usados da maneira certa. O uso incorreto faz com que as pessoas sintam uma falsa proteção e acabem se expondo mais aos perigos do sol do que as pessoas que não usam o filtro.

ALERTA

De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca), alguns sinais podem detectar precocemente o câncer de pele.

* Manchas que coçam, ardem, escamam ou sagram
* Sinais ou pintas que mudam de tamanho, forma ou cor
* Feridas que não cicatrizam em quatro semanas
* Mudança na textura da pele ou dor
* Em caso de suspeita, procure logo um médico. Quanto mais cedo a doença for diagnosticada, maiores as chances de cura

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