A perda de massa óssea é um fenômeno universal do envelhecimento, que pode ter seu índice modificado por fatores genéticos, endócrinos e ambientais. O processo de remodelação ajuda a explicar como a perda óssea ocorre na menopausa e no envelhecimento. Os fatores nutricionais, bem como os níveis de atividade física podem agravar ou limitar a perda. O osso humano encontra-se em constante remodelação, na qual o osso velho é removido e substituído por novo. Vários hormônios regulam esse processo. Na menopausa, ocorre a queda do estrógeno e, conseqüentemente, o aumento da reabsorção óssea. A pequena ingestão de cálcio ou o aumento da excreção induzida por dietas ricas em sódio ou proteínas podem estar associados a um maior do risco de fraturas.
Após o diagnóstico de osteoporose, uma série de investigações deve ser feita no sangue para descartar outras doenças associadas. Hoje, exames avaliam a remodelação óssea, ou seja, se o osso está produzindo pouco ou reabsorvendo muito. A partir dessas avaliações, o tratamento deve ser instituído.
Medicamentos específicos lançados recentemente já circulam no mercado brasileiro, divididos entre os que inibem a reabsorção óssea e os que estimulam a formação do osso. Entre os que inibem a reabsorção do osso há os que são ingeridos via oral, uma vez por semana; outros de uso endovenoso a cada três meses; e um novo medicamento, aplicado uma vez por ano por via endovenosa, já utilizado para tratar a doença de Paget (alteração do processo de remodelação do esqueleto), vem sendo testado para o tratamento da osteoporose.
Um estudo publicado no New England Journal of Medicine mostrou que a suplementação de cálcio e vitamina D produzem apenas uma proteção limitada contra os riscos de fraturas ósseas nas mulheres após a menopausa. Os resultados dessa pesquisa mostraram um crescimento modesto (apenas 1%) na densidade da massa óssea no fêmur das mulheres que tomaram os suplementos, em relação ao grupo em que foi administrado apenas placebo.
A conclusão foi de que os suplementos de cálcio e vitamina D produzem, provavelmente, ?um pequeno efeito positivo" sobre a prevenção das fraturas. Tais resultados são importantes para alertar às mulheres com risco de fraturas, que elas não estão protegidas contra a osteoporose se ingerirem apenas cálcio/vitamina D, que servem apenas como uma suplementação ao tratamento instituído.
Evelin Goldenberg, reumatologista.