O especialista: O mundo mudou e a comida também

oespecialista150206.jpgAntigamente o índice de doenças adquiridas decorrentes da má nutrição ocorria somente em áreas isoladas, onde tínhamos problemas locais ligados diretamente à agricultura e criação, devido à seca, contaminação da água ou a pobreza severa, onde a população não tinha acesso à informação agrícola e muito menos dinheiro para melhora da sua horta. Hoje em dia o processo é diferente, temos muitas opções de alimentos, mas pouca certeza sobre a qualidade e procedência dos mesmos.

Muitos dos alimentos que consumimos são catalisadores das principais doenças do século. Se observarmos fotografias de grupos de pessoas ou até imagens das ruas de nossa cidade, era raro vermos pessoas obesas circulando e, tirando casos especiais, aquelas pessoas eram muito mais saudáveis. Mesmo nas férias ou na casa dos avós, comer tinha o seu horário determinado e os hábitos eram muito diferentes. Era raro termos refrigerantes e alimentos congelados ou semiprontos como hoje. Por isso, afirmo que hoje em dia é quase impossível termos alimentos saudáveis como antigamente. O motivo é que o nosso solo não é mais o mesmo, não tem todos os minerais para serem absorvidos, os processamentos não ocorrem como deveriam, os vegetais não sintetizam mais tantos oxidantes como deveriam e a nossa saborosa proteína não vem mais sozinha e, sim, acompanhada de muita gordura saturada, hormônios e anabolizantes. A distância entre a horta e o consumidor mudou muito e o transporte nem sempre é o adequado, penalizando o valor nutricional. Por isso, a única forma de adequarmos a nutrição que nosso corpo precisa é utilizarmos suplementos nutricionais para prolongar a vida, preservar ou recuperar a saúde.

Além disso, o substituto de refeição é necessário para equilibrar o controle de calorias, já que novas opções e maneiras de se alimentar dos últimos 50 anos têm levado as pessoas a perderem o controle da ingestão de calorias. O estilo de vida nas cidades e a tecnologia fazem com que queimemos apenas pouca quantidade delas.

Para entendermos esses conceitos, devemos mudar alguns paradigmas e parar contra a correnteza do óbvio. Devemos levar benefício real para as pessoas, devemos orientar para essas mudanças de hábito nutricional mundial, que são opções saborosas, nutritivas e econômicas. O mundo mudou e a comida de antigamente voltou, só que apresentada de uma maneira diferente.

Máximo Asinelli, médico nutrólogo e autor do livro O mundo mudou e a comida também.

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