Novo tratamento da Aids será de uma pílula por dia

O primeiro tratamento completo para Aids em apenas uma pílula e que deverá ser tomada apenas uma vez por dia deve chegar ao mercado em breve, segundo informou o jornal americano "The New York Times".

A pílula, que combina três drogas feitas por duas companhias, será uma revolução no tratamento da doença por sua simplicidade, pois irá facilitar a vida das pessoas que necessitam de medicamentos regulares para tratar do vírus.

Apenas uma década atrás, quando o coquetel de drogas para Aids começou a ser usado, os pacientes tinham que tomar cerca de 36 pílulas por dia, algumas com comida, outras não, e outras durante o meio da noite. O tratamento utilizado hoje já estava em duas pílulas por dia.

Segundo o NYT, a nova droga é uma combinação de remédios que já estão no mercado – Sustiva, fabricado pela Bristol-Myers Squibb, e Truvada, fabricado pela Gilead Sciences. Truvada é uma combinação de duas drogas da Gilead – Viread e Emtriva.

Espera-se que a Administração de Drogas e Alimentos dos Estados Unidos aprove a nova droga ainda nesta semana.

As companhias não revelaram o nome do novo medicamento ou o preço, mas sugeriram que irá custar o mesmo que o Sustiva e o Truvada separadamente, o que é cerca de US$ 1.200 por mês.

A nova pílula terá a cor rosada e pesará 1.500 miligramas. Terá o tamanho de um comprimido grande de vitamina e algumas pessoas poderão ter dificuldade para engoli-la.

Três em um

Ainda segundo o periódico, já existem pílulas para a Aids que combinam três drogas. Uma, fabricada por uma companhia indiana, foi aprovada recentemente pela Administração de Drogas e Alimentos para ser utilizada em países em desenvolvimento. Mas as pílulas com três drogas já existentes geralmente contêm drogas antigas e devem ser tomadas duas vezes por dia.

Uma pílula única é especialmente importante para países pobres, onde os pacientes têm menos acesso a tratamentos médicos. A grande maioria das 40 milhões de pessoas infectadas pelo vírus HIV, que causa a Aids, estão em países em desenvolvimento.

Bristol-Myers e Gilead disseram que irão fabricar a nova pílula a preços reduzidos para nações em desenvolvimento, mas não deram mais detalhes.

Parceria

Nenhuma companhia controla todas as drogas necessárias para produzir uma combinação efetiva para pílula. É raro indústrias rivais colaborarem entre si como foi feito desta vez.

As negociações começaram, segundo o jornal americano, quando a Administração de Drogas e Alimentos chamou a Bristol-Myers, a Gilead e a Merck para uma reunião em Washington, em abril de 2004, numa tentativa do governo americano de encorajar a indústria farmacêutica a desenvolver remédios como parte de um plano para promover tratamento do vírus em países pobres. No mês seguinte, as companhias anunciaram o plano.

Testes

As indústrias levaram cerca de um ano para produzir a fórmula da nova pílula. Gilead testou cinco fórmulas diferentes em voluntários, segundo informou o NYT.

Os testes fracassados em pacientes é um grande problema, porque permite que o vírus desenvolva resistência às drogas.

Ainda não está claro o quanto melhor será para as pessoas portadoras do vírus HIV terem um tratamento de uma pílula por dia, comparado com o tratamento utilizado hoje de duas pílulas diárias.

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