Novo medicamento pode salvar infartados ainda na ambulância

Foram apresentados, durante o Congresso Anual da Associação Americana do Coração (American Heart Association Meeting), os resultados de um estudo clínico denominado ASSENT 3 PLUS. O trabalho demonstrou que o uso pré-hospitalar (em ambulância ou carro de resgate) do trombolítico tenecteplase (Metalyse) em pacientes com infarto agudo do miocárido (IAM) é tecnicamente viável, encurtando assim o intervalo do tempo entre o início dos sintomas e o tratamento que, classicamente, é feito apenas após internação hospitalar.

Este estudo incluiu 1.639 pacientes, distribuídos em 90 centros de pesquisa na América do Norte e na Europa. Depois que o serviço de resgate era acionado, chegava no local, em média, em 16 minutos. Assim que os paramédicos e médicos chegavam os pacientes já eram tratados em suas próprias casas ou dentro da ambulância.

Os benefícios do tratamento pré-hospitalar com tenecteplase foram claramente demonstrados neste estudo pela taxa de mortalidade, que foi de 6% em pacientes com alto risco de vida. Com isso, o intervalo de tempo entre os primeiros sintomas do paciente com IAM e o início do tratamento caiu de três horas ou mais para duas horas e vinte minutos. Também se observou neste estudo uma redução da incidência de um segundo infarto (reinfarto), episódios de angina, hemorragia intracraniana e hemorragia severa.

“Este é um estudo muito positivo que claramente demonstra os benefícios da administração pré-hospitalar da Tenecteplase em “bolus”. No momento em que o paciente infartado, em estado grave, chega ao Serviço de Emergência do Hospital previamente tratado, ganha-se tempo, salvando-se o miocárdio lesado, porém com células ainda potencialmente recuperáveis, evitando assim uma piora do estado do paciente, devido aos atrasos no início do tratamento ocasionados pelos trâmites burocráticos de admissão hospitalar.

O tratamento precoce reduz a morbidade e a mortalidade do Infarto Agudo do Miocárdio. Pacientes tratados precocemente tem uma grande parcela do miocárdio (músculo cardíaco) lesado recuperada. Eles são muito mais capazes de reassumir suas atividades cotidianas normalmente do que aqueles tratados tardiamente e que têm grande perda de músculo cardíaco”, comentou o prof. Frans Van de Werf, do University Hospital Gasthuisberg, Leuven, Bélgica.

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