Morte de californiana aumenta polêmica sobre pílula do aborto

A morte de Holly Patterson, uma jovem californiana de 18 anos que tomou a pílula abortiva RU-486, desencadeou uma nova polêmica nos Estados Unidos sobre o uso do controvertido produto. Holly morreu em conseqüência de uma infecção uma semana após conseguir as pílulas para abortar numa clínica pública de São Francisco, à qual recorreu sem informar os pais ao descobrir que estava grávida.

Quatro dias após tomar as pílulas, a jovem começou a sofrer hemorragias e fortes cãibras nas pernas, que a impediam de andar. Seu namorado a levou a um hospital, mas ela foi mandada de volta para casa após um exame. Três dias mais tarde, Holly, com dores cada vez mais fortes, voltou ao hospital, onde faleceu poucas horas depois devido a uma infecção.

“Foi morta de boa fé, por pessoas que queriam ajudá-la mas não tinham as informações necessárias”, declarou o pai de Holly, Monty Patterson. “Ela escondeu tudo provavelmente porque temia nossa reação, e levou seu segredo para o túmulo. É uma tragédia”, lamentou.

A pílula RU-486, cujo uso só foi aprovado pelas autoridades de saúde dos EUA há dois anos, bloqueia os hormônios necessários para a gestação. Três dias depois, outro remédio provoca a expulsão do feto do útero. Todo o tratamento deve ter supervisão médica.

Tony Perkins, presidente do grupo antiaborto “Family Research Council”, disse que a morte de Holly “foi uma tragédia que poderia ser evitada, bastando dar à jovem todas as informações sobre o risco que corria”. Perkins questionou o fato dos pais não terem sido informados, e perguntou: “Quantas mortes serão necessárias para se admitir que a RU-486 não é tão segura e eficaz?”.

Segundo o líder antiabortista, pelo menos sete mulheres perderam a vida por causa da pílula abortiva. Os serviços de saúde americanos, por sua vez, argumentam que não está provado que o produto tenha causado mortes entre as mais de 150 mil mulheres que usaram a RU-486.

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