Mesmo sem responsabilidades de um adulto e rodeada de carinho, amor e atenção, uma criança pode ter momentos de mau humor. É uma atitude normal quando a “cara fechada” é resultado de uma briguinha qualquer, de um desejo não satisfeito, de uma repreensão dos pais etc. “Mas o mau humor é preocupante quando se torna uma constante na vida da criança e dos adolescentes. Pode ser um sintoma de que algo está errado nas relações familiares ou de que a inserção social não está ocorrendo de forma normal ou adequada”, afirma a psicóloga e mediadora familiar, Graziela Zlotnik Chehaibar.

“As crianças enfrentam exigências cada vez maiores, recebem um volume crescente de informações diárias, positivas ou negativas, e vivem mergulhadas em uma sociedade consumista e de imensa concorrência. Nem sempre ou quase nunca elas conseguem entender o que está produzindo essa emoção. Tudo isso mexe com os sentimentos e afeta o comportamento”, diz Graziela. “Se já é difícil lidar com o mau humor da menina que ainda não tem aquele celular que sua amiguinha já comprou, dá para imaginar a complexidade do mau humor e negativismo gerados pela morte trágica e violenta de um colega”, comenta a psicóloga.

?Os pais sabem identificar quando o mau humor é algo passageiro. Quando percebem que algo é constante e presente nas diversas relações da criança, devem procurar ajuda se perceberem que isso se torna uma constante”, alerta Graziela. Na relação familiar, o fato pode ser atenuado quando os filhos tiverem total confiança em expor seus sentimentos sem receio de ser abandonados. Segundo a especialista, “o mau humor já é uma forma de expressar sentimentos e, antes de reclamarem, os pais devem procurar entender o que o gerou?.

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