Mantendo acesa a chama do sexo

Sexo no namoro quase sempre é bom. Cada dia (ou noite) é uma nova aventura, apimentada pela novidade e situações inusitadas, temperada pela saudade e aquecida pela chama do desejo. Depois de juntar as escovas de dentes, porém, tudo pode mudar. A rotina é ameaça constante para aquele fogo que já não arde com tanta intensidade. E muitos casamentos acabam – ou ficam seriamente abalados – pela ausência do desejo ou pelo descompasso sexual dos parceiros.

Como escapar dessa maldição? Casais unidos e felizes costumam ter seus pequenos segredos para manter a harmonia no leito conjugal. Vale desde dialogar muito até preparar surpresas, passando por atitudes à moda antiga que vão sendo resgatadas nesse novo milênio: romantismo, flores, cavalheirismo, presentes em datas especiais.

Em uma coisa todos concordam. A mesma cumplicidade que pode acabar com o desejo, se transformando em frio companheirismo por acomodação, é a ferramenta mágica que serve para manter as chamas nas nuvens.

Não importa se juntos há dois, dez ou trinta anos: a intimidade que vêm com a convivência pode ser a chave para fazer do sexo o momento mais prazeroso do casal. Afinal, nada melhor do que ir para a cama com alguém que sabe do que o outro gosta – e com confiança suficiente para experimentar novas ousadias.

Juntos há dois anos, a dançarina Adriana Bombom e o músico Dudu Nobre acreditam na qualidade da relação estável. “É fundamental fazer variações, mudar de lugar, usar roupas com apelo erótico, dançar para o parceiro e fazer um bom jantar, por exemplo. O Dudu é atencioso: dá flores, se lembra das datas, diz coisas ao pé do ouvido. Quem não gosta disso? “, diz Adriana.

Para especialistas como a psicóloga Andréia Calçada, o bom sexo pode sobreviver à rotina do casamento, desde que os parceiros deixem os problemas fora da cama.

“No casamento, fica mais fácil conhecer as carícias prediletas do parceiro. O relacionamento fixo é teoricamente mais seguro e há entrega, intimidade maior. Mas a necessidade de estimulação também é maior porque tudo pode se tornar previsível”, explica.

Casada há seis anos com Bernardinho, técnico da seleção masculina de vôlei, Fernanda Venturini também aposta na afetividade como ingrediente do bom sexo.

“Sexo é complemento do amor. O bom é se entregar sem cobranças. E para não ficar morno, é preciso surpreender com presentes, jantares, viagens”, diz Fernanda.

Casados há 48 anos, os atores Nicette Bruno e Paulo Goulart descobriram a fórmula do bom sexo. A união lhes rendeu três filhos, sete netos e uma experiência singular.

“O número de relações diminuiu. Mas o tempo nos permitiu trabalhar a qualidade do sexo e apesar do vigor não ser o mesmo, nossos orgasmos são mais intensos”, garante Paulo Goulart, que usa Viagra como recurso para compensar a idade.

Para o casal, é preciso ter envolvimento afetivo, cumplicidade e variedade. “O corpo não é o mesmo de quarenta anos atrás. É preciso alimentar a relação com estímulos românticos. Só onde existe afeto há essa preocupação”, acrescenta Nicette.

Brasileiro é bom de cama?

Jantar romântico, lingerie nova, filmes e livros eróticos, entre outros segredos, são recursos que ajudam a despertar o desejo. Preferências à parte, as pesquisas mostram que os brasileiros não têm do que se queixar quanto à freqüência das relações sexuais entre casais. Por outro lado, a manjada imagem de que o brasileiro é bom de cama cai por terra quando o tema é a qualidade do sexo.

Pesquisa recente com 26 mil homens e mulheres de 28 países, com idades entre 40 e 80 anos, mostrou que no quesito satisfação as queixas são muitas. 22% das brasileiras gostariam de preliminares mais duradouras, enquanto a média de queixas femininas em outros países é de 12%. 30% dos brasileiros sofrem de ejaculação precoce. Ocupando um desonroso segundo lugar mundial: só perdem para os espanhóis.

O tempo afeta a qualidade do sexo? Coordenador da pesquisa no Brasil, Edson Moreira Júnior, da Fundação Oswaldo Cruz da Bahia, chama a atenção para as estatísticas que confrontam qualidade e quantidade.

“O país lidera o ranking da atividade sexual mantendo, em média, uma relação por semana. No entanto, a insatisfação da brasileira com a duração das preliminares mostra que o ato sexual, como um todo, está ruim.

Para a psiquiatra Carmita Abdo, coordenadora do Projeto Sexualidade (Pro-Sex) da USP, o sexo de qualidade deve ter envolvimento afetivo. Carmita promoveu uma pesquisa com três mil homens e mulheres no ano passado e 70% responderam que o mais importante no sexo prazeroso era o afeto.

“Nessa pesquisa, percebi que a maioria acredita numa relação de alta qualidade quando há envolvimento”, diz Carmita, acrescentando que qualidade do sexo está relacionado à qualidade de vida.

Banalização do sexo, estresse, problemas emocionais, desmotivação com a rotina, falta de diálogo e despreparo sexual foram apontados por especialistas como alguns dos fatores que levam ao desinteresse sexual. Especialistas em disfunção sexual como Marcio Sister concordam que o conceito do “satisfatório” é muito particular.

“Dependendo da ocasião, uma ‘rapidinha’, por exemplo, pode ser espetacular. Um ato sexual nunca é igual ao outro. A combinação de sensações é sempre diferente, assim como comer o mesmo prato não é igual todos os dias”, diz Sister.

Segredos de mulher: elas contam o que fazem para despertar o desejo deles

“Um jantar caprichado, especial, sempre funciona para deixar o gato inspirado. Mas o segredinho está na sobremesa: tem que ser uma coisa sensual, que dê para lamber e espalhar pelo corpo: sorvete, frutas com chantilly, qualquer coisa com calda de chocolate. A gente começa lambuzando a boca, um vai beijando o outro para limpar, e daí, não paramos mais”. (Debby, 32 anos, vendedora, casada há sete)

“Banho. Não precisa de banheira de hidromassagem, essas coisas, vai no chuveiro mesmo. Se eu vejo que o Digo está chateado, sem pique, invento uma desculpa pra chamar ele no banheiro, tipo, amorzinho, traz um sabonete novo pra mim. Acabo levando-o pra baixo do chuveiro e fica tudo ótimo”. (Sonia, 23 anos, mora com o namorado há alguns meses)

“No começo de casada, eu era tímida e só ia pra cama se ele chamasse. Agora não. Meu truque é não esperar ele tomar a iniciativa nem mesmo ir pra cama. Começo a agarrar nos lugares mais estranhos e inusitados, deixando ele bem louco. Pode ser na garagem, quando ele está chegando em casa; na cozinha, enquanto faço a janta; no banheiro, quando ele escova os dentes ou faz a barba, agarro por trás. Ele adora e sempre corresponde. Já transamos numa porção de lugares diferentes em casa mesmo, sentindo friozinho na barriga de medo que alguma criança pegasse a gente no flagra. É divertido e dá muito tesão”. (Dilma, 46 anos, cabeleireira, casada há 17 anos)

“Uma vez inventei de mandar flores pra ele no trabalho, com um cartão bem romântico, por nada. Minhas amigas deram risada, mas deu certo.

O cara ficou doente, começou a me telefonar e não sossegou enquanto não foi me buscar no escritório e me levou para casa. Descobri que homem também gosta de romantismo. Até hoje invento essas brincadeirinhas só pra deixar ele contente, e na cama fica tudo bem melhor”. (Silene, 19 anos, secretária, casada há dois anos)

Deixar as crianças na casa da minha mãe uma vez por semana e dar uma escapada com ele é de lei. Se não fizer isso, o casamento vai por água abaixo. Todo dia lidando com filhos, casa… se a gente não fica sozinho de vez em quando, não há amor que aguente, o tesão acaba”. (Alexandra, 29 anos, trabalha em casa fazendo artesanato)

Culinária

Delícia apimentada

Ingredientes: 50g de manteiga;1 colher (de chá) de casca ralada de limão (sem ser muito cheia); 1 colherinha (de café) de suco fresco de limão; 4 filés de salmão fresco (com a espessura de aproximadamente 3 centímetros cada); óleo de milho; 1 colher (de sopa) de grãos de pimenta; 4 gomos de limão

Preparo:

Manteiga ao limão: numa vasilha, misture a manteiga (em temperatura ambiente), a casca ralada de limão e o suco de limão. Numa folha de papel-manteiga, coloque essa manteiga e, por cima, outra folha. Amasse com a mão para obter uma camada uniforme com a espessura de pouco menos de um centímetro. Coloque na geladeira para endurecer durante cerca de meia hora. Corte a manteiga com uma faquinha em pedaços decorativos e reserve na geladeira até a hora de servir.

Salmão: amasse bem os grãos de pimenta e depois ainda pique mais um pouco com uma faca pesada. Tempere com sal os filés de salmão, pincele com o óleo e distribua a pimenta, apertando bem para aderir. Faça isso dos dois lados.

Aqueça bem uma frigideira grande, coloque um pouco de óleo e passe os filés durante um minuto de cada lado. Diminua o fogo e deixe grelhando mais cinco minutos, virando uma vez.

Sirva colocando em cima de cada um a manteiga ao limão e um gomo de limão.

Acompanhamento: Espaguete de abobrinha

Duas abobrinhas de tamanho médio; sal; 2 colheres (de sopa) de azeite de oliva; 4 folhas de manjericão picadas em tirinhas finas. Na parte grossa de um ralador, rale as abobrinhas no sentido do comprimento, para obter tiras finas, imitando um spaghetti. Não aprofunde muito, evitando assim a parte central. Cozinhe em água fervendo com sal durante três minutos. Retire e escorra. Tempere com um pouco de sal, manjericão e azeite. Sirva bem quente.

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