Mulheres devem tomar cuidado em não exagerar nos exercícios físicos.

Malhar desordenadamente ou praticar esportes sem o devido acompanhamento médico traz riscos a qualquer pessoa, mas no organismo feminino pode provocar doenças como osteoporose (enfraquecimento ósseo), amenorréia (falta de menstruação em mulheres maiores de 16 anos) e distúrbios da alimentação, como anorexia e bulimia. O conjunto desses sintomas compõe uma síndrome conhecida na medicina esportiva como Tríade da Mulher Atleta.

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De acordo com dados divulgados durante um importante evento do setor de fitness, existem hoje cerca de 7 mil academias registradas no país, freqüentadas por 2,8 milhões de brasileiros. Um ambiente em que a presença da mulher é crescente, assim como no esporte de elite, uma vez que as atletas já representam metade da delegação olímpica brasileira que vai a Atenas.

Dessa forma, seja para emagrecer, buscar o corpo ideal ou alcançar melhor desempenho em competições, muitas mulheres exageram nos exercícios ou não percebem os sinais dos danos causados ao seu corpo.

Na verdade, a prática de atividade física regular e sem excessos desde a adolescência, associada à alimentação adequada, não interfere na função hormonal e constitui um importante instrumento para ganho de massa óssea, capaz de prevenir a osteoporose que tende a aparecer na pós-menopausa.

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O problema é que, diferentemente do que ocorre no esporte de competição, as freqüentadoras contumazes de academias e atletas de final de semana realizam suas atividades sem um acompanhamento médico e nutricional.

Tratamento e prevenção

O tratamento da Tríade da Mulher Atleta requer uma equipe multidisciplinar, que reúne médicos, nutricionistas, psicólogos e psiquiatras. Por isso, é importante que treinadores, personal trainers e professores de educação física que atuem junto a academias observem a manifestação de possíveis sintomas da síndrome.

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Na Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) existe um departamento que acompanha e estuda todos os problemas causados pela prática do esporte de maneira geral. O Centro de Medicina da Atividade Física e do Esporte (Cemaf) reúne profissionais que desenvolvem estudos relacionados à área esportiva. O médico fisiologista do Cemaf, Turíbio Leite de Barros Neto, afirma que o problema da “tríade da mulher atleta” é pouco conhecido pelos clínicos, de maneira geral, por isso a importância do conhecimento dos sintomas é fundamental para o tratamento. “A Tríade da Mulher Atleta” atinge não só as profissionais esportistas mas, principalmente, as frequendatoras de academias de ginástica que não têm um acompanhamento médico e nutricional”, conclui o professor da Unifesp.