Limitrofia: Uma doença que seu filho pode ter

O que fazer quando seu filho apresenta dificuldades de aprendizagem na escola, distúrbios de atenção e problemas de relacionamento com outras crianças? Em busca de um diagnóstico preciso, muitas mães acabam percorrendo uma longa lista de consultas entre pediatras, psicólogos e psiquiatras, nem sempre chegando a uma solução. Essas características, no entanto, podem estar associadas à limitrofia (atrofia no limite entre os dois hemisférios cerebrais), um estado entre a normalidade e a patologia que precisa de orientação adequada e que ainda é pouco conhecido e estudado no Brasil. Associação civil sem fins lucrativos, o Instituto Cisne de Pesquisa em Limitrofia há quase vinte anos estuda esse estado, contribuindo para a formação e inserção social de crianças e jovens com dificuldades pedagógicas e psicológicas. Localizado em uma área de 5 mil metros quadrados na Granja Viana, com muito verde e espaço para atividades fora das salas de aula, o Cisne conta com uma equipe transdisciplinar formada por terapeutas capacitados nas áreas de movimento (educação física, maculelê, capoeira), de fonoaudiologia, pedagogia, psicologia e educação artística (incluindo aulas de cerâmica e escultura em pedra-sabão).

O instituto atende crianças e jovens em regime de meio período ou integral, oferecendo uma opção de residência para aqueles que moram muito longe da sede ou que optam por uma vivência mais integral da metodologia aplicada. “Trabalhamos com pequenos grupos em que cada aluno é visto de acordo com suas peculiaridades” explica Amarilis de Oliveira, diretora do Cisne. “Através das interações que estabelece com o terapeuta e outros jovens, o aluno vai construindo ou reconstruindo uma imagem de si baseada na convicção de que pode ultrapassar todas as barreiras, se assim o desejar verdadeiramente.” Segundo Amarilis, a limitrofia não significa um limite, mas um limiar no sentido de uma aplicação de fronteiras. “Como possuem uma porosidade maior na porção do córtex cerebral que separa os dois hemisférios, essas pessoas encaram suas experiências de uma maneira inusitada para nós, que somos completamente dominados pelo tempo e pelo espaço em que existimos.”

Em vez de enfocar as dificuldades apresentadas e buscar um ajustamento em relação a um “padrão de normalidade” tão discutível, o trabalho do Cisne procura desenvolver suas propostas com base nas potencialidades de cada um, detectando-as, ampliando-as e delas fazendo pontes para novas conquistas. “Para tanto, criamos uma metodologia muito singular que aborda o ser humano numa dimensão integradora dos seus aspectos físico, psíquico e mental, permeados pela vitalidade que só o entusiasmo de fazer e aprender pode gerar”, completa Amarílis.

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