Laboratório estuda nova utilização para o Viagra

O Viagra (sildenafil), grande aliado dos homens brasileiros contra a disfunção erétil (DE) desde junho de 1998, em breve poderá ser utilizado para outras finalidades. Na última terça-feira (28/11), durante o 29.º Congresso Brasileiro de Urologia, em Foz do Iguaçu, representantes da Pfizer, laboratório que desenvolveu o produto, anunciaram que os estudos da utilização do medicamento contra disfunção sexual feminina e para problemas de hipertensão pulmonar estão bem avançados.

O diretor médico da Pfizer, João Fittipaldi, salientou que em nenhum dos dois casos o laboratório já recomenda a utilização do medicamento, todavia, as pesquisas feitas fora e dentro do Brasil apontam para em, no máximo, dois anos a indicação do Viagra para esses problemas. “Não que o problema das mulheres seja menor, mas acredito que o uso contra hipertensão pulmonar seja mais urgente, principalmente por atingir muitas crianças. A perspectiva é que a indicação do Viagra para esse problema seja feita em 2005”, revelou, destacando que cerca de trinta centros médico do Brasil já estão fazendo pesquisas sobre a eficácia do produto nesta situação. O Instituto do Coração (Incor) de São Paulo é um deles.

Mulheres

Fittipaldi revelou que pesquisas já chegaram à conclusão que tanto na vagina quanto no clitóris é encontrada a enzima fosfidiesterase tipo 5 (PDE5). Essa é a enzima inibida pelo sildenafil no caso masculino. “Em vários estudos feitos até aqui, 70% da mulheres demostraram interesse em continuar o tratamento. Nas pré-menopausicas foi constatado aumento na sensibilidade e na lubrificação. Nas pós-menopausicas também há registros positivos do efeito. Mesmo assim, ainda não há a indicação, talvez em dois anos”, ressaltou.

Segundo a coordenadora do Projeto Sexualidade (ProSex) da Universidade de São Paulo (USP), Carmita Abdo, 50% das mulheres têm algum tipo de disfunção sexual. Todavia, apenas 0,6% delas procura tratamento médico espontaneamente. “Os problemas mais freqüentes são: dificuldade em se excitar, com 28%, falta de orgasmo, 25%, falta de desejo, 22%, e dor na hora da relação, com 18%”, revelou.

Além das pesquisas realizadas pela Pfizer, alguns médico já estão por conta própria pesquisando a utilização do Viagra em locais onde a altitude interfere no desempenho físico das pessoas, principalmente atletas.

Viagra

O comprimido azul é comercializado em 120 países. Cerca de 20 milhões de unidades são consumidas mensalmente no mundo. Desde seu lançamento, já foram consumidos 1,1 bilhão de comprimidos. Em 2002, o faturamento do produto foi de US$ 1 bilhão. A previsão é de um aumento de 18% este ano. No Brasil são vendidos um milhão de comprimidos por mês para cerca de 250 mil brasileiros que utilizam o medicamento. “Não revelamos quanto investimos em pesquisas sobre as novas utilizações do Viagra. Mas o total gasto anualmente pela Pfizer em todas a pesquisas de todos os medicamentos é de US$ 7 bilhões”, revelou o diretor de marketing da empresa, Marcos Nour.

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