Fobias atingem 10% da população

Cobra, rato, baratas, água, altura, trovão, avião e apresentações em público. São apenas alguns dos agentes capazes de causar tremores, suor nas mãos, taquicardia, palpitações e sensações de desmaio em pessoas vítimas de fobia, um problema emocional bastante freqüente entre a população mundial. Segundo o médico clínico geral com especialização em clínica médica Carlos Rabinovich, cerca de 10% das pessoas são vítimas de algum tipo de fobia. “As mais comuns costumam ser de cobra, altura e falar em público.” Elas são consideradas transtornos de ansiedade, pois fazem com que o indivíduo tenha um temor constante de se deparar com aquilo que lhe provoca o medo excessivo.

Muitas vezes, o problema é gerado por uma situação traumática vivenciada no passado. Entretanto, na maioria dos casos, não é possível saber com certeza o que lhe deu início. “Existem algumas suposições que tentam explicar a origem do problema. No caso da fobia por cobra, por exemplo, algumas teorias dizem que ela poderia estar relacionada a alguma situação ancestral. Porém, não se pode ter certeza absoluta disso”, explica Carlos.

A grande maioria das fobias faz com que as pessoas que as sentem acabem tendo limitações profissionais e mesmo sociais. Isto porque a vítima do problema começa a adotar uma conduta no sentido de evitar o confronto com o agente causador da fobia, organizando toda sua vida em função do medo. “Uma pessoa que tem medo de altura, acaba desistindo de um emprego porque vai ter que trabalhar em um lugar alto. Outra que tem fobia social, pode deixar de ir a festas ou mesmo a locais de muita movimentação”, exemplifica o médico.

Para fugir das situações de fobia, as pessoas vítimas do problema começam a inventar desculpas e a se sentir envergonhadas por terem tanto medo. Geralmente elas não conseguem encontrar justificativas socialmente aceitas para explicar o que sentem perante determinadas situações. “A pessoa normalmente esconde que tem fobia, só revelando a existência do problema a pessoas muito íntimas. Assim, ela cada vez mais vai se fechando e se sentindo incompreendida.”

O problema pode atingir pessoas de todas as idades e classes sociais. Existem diversos tratamentos, que geralmente dependem da resposta individual de cada pessoa. De acordo com Carlos, é comum a utilização de técnicas de desbloqueio da mente e do corpo, que possibilitam o estímulo saudável do sistema neurológico da pessoa. Alguns medicamentos também são utilizados para reduzir a ansiedade, mas geralmente eles controlam os sintomas sem eliminar a fobia.

Falar em público

O terapeuta Jorge Ramalho, de 47 anos, sentia tremores todas as vezes que precisava falar em público. O problema começou na adolescência, quando tinha que, em sala de aula, apresentar trabalhos a colegas e professores. Depois, se estendeu à vida adulta, impedindo-o de ministrar cursos e palestras.

“Toda vez que eu tinha que falar em público, sentia um grande frio na barriga. Muitas vezes me dava branco, eu esquecia o que tinha que falar e acabava travando”, lembra. “Isso fez com que eu começasse a arranjar desculpas para não ministrar palestras e cursos ligados a minha área profissional. Acabei perdendo muitas oportunidades.”

Bastante incomodado com o problema, Jorge buscou ajuda profissional, se submetendo a técnicas de desbloqueio de mente e corpo auto-aplicáveis. Hoje, se sente totalmente curado. “Não tenho mais problema algum em falar em público. Antes de me apresentar, me sinto tranqüilo e quando começo, consigo ir direto ao assunto que deve ser tratado.”

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