Fobia é prejudicial, mas tem cura

Cerca de 10% da população mundial sofre de alguma fobia. Essa sensação, que é caracterizada por uma reação involuntária – geralmente acompanhada de ansiedade -, pode trazer prejuízos para o desenvolvimento do indivíduo. Reconhecer o problema e procurar ajuda é a melhor forma de enfrentá-lo.

É o que garante o coordenador do Departamento de Psicologia do Hospital Santa Paula, de São Paulo, Luiz Gonzaga Leite. Segundo ele, muitas pessoas confundem, de forma errônea, a fobia com o medo. “O medo é um sentimento normal, de defesa do organismo, e que desaparece após um período determinado. Já a fobia é um sentimento involuntário que surge devido a uma carência ocorrida durante o desenvolvimento da pessoa, geralmente ligada à questão afetiva”, explicou.

As formas de fobia são infinitas, diz o profissional, que garante que ela atinge os mais variados perfis de pessoas. Os sintomas mais comuns são náuseas, palpitação, tontura, mal-estar e suor excessivo. Embora eles não sejam percebidos pelas outras pessoas que convivem com um indivíduo com fobia, em algum momento da vida isso pode se tornar um grande problema.

Entre os pacientes que o psicólogo atendeu estava uma advogada, de 28 anos, que sofria de hidrofobia. Ela não tomava banho e tinha que receber ajuda da mãe para fazer a higiene pessoal. Outro caso foi de um executivo de uma multinacional que tinha claustrofobia. Ele subia os quinze andares do prédio onde trabalhava pelas escadas e passava mal durante as reuniões na empresa. “Esses comportamentos acabaram trazendo prejuízos para eles, e somente com tratamento foi possível mudar esse comportamento”, falou.

Tratamento

Um dos casos mais recentes de fobia – ligado à vida moderna – é a chamada ciberfobia, em que pessoas enfrentam estresse desnecessário ao entrar em contato com computadores o outros equipamentos eletrônicos. Para esse e outros casos de fobia, somente um tratamento psiquiátrico e psicológico pode acabar com o problema.

Segundo Luiz Leite, 90% dos pacientes conseguem resultados significativos em dez semanas de tratamento. Nos casos mais graves, é preciso aplicar medicação para baixar a ansiedade, mas ele garante que todos conseguem acabar ou diminuir os sintomas. Ele destaca que as pessoas precisam se despir dos preconceitos e procurar ajuda. “Essa é uma possibilidade de mudar sua vida e acabar com um problema que pode estar atrasando sua vida pessoal ou profissional”, finalizou.

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