FDA aprova opção para tratamento do transtorno bipolar

Os pacientes que sofrem de transtorno bipolar ganharam uma nova opção de tratamento. O FDA (a agência americana reguladora de medicamentos) acaba de aprovar a lamotrigina, princípio ativo de Lamictal, para o tratamento do distúrbio em adultos. A substância retarda as ocorrências das alternâncias de humor, como depressão e mania (euforia). Além disso, segundo o FDA, Lamictal é o mais indicado para a manutenção do tratamento em pacientes em depressão bipolar, uma das fases mais graves da doença. O medicamento da GlaxoSmithKline é o primeiro tratamento para transtorno bipolar aprovado pelo FDA desde a substância lítio, há 30 anos.

Transtorno bipolar é uma doença crônica, marcada pela instabilidade de humor? da euforia à depressão. É uma das doenças mentais mais comuns nos Estados Unidos. De acordo com uma recente pesquisa, os sintomas bipolares podem afetar três vezes mais pessoas do que o previsto? cerca de oito milhões de americanos adultos ou uma em cada 30 pessoas. Um atual estudo em pacientes com transtorno bipolar mostrou que a crise de depressão é três vezes mais longa do que a de mania, o que indica que o período depressivo é mais problemático e resistente ao tratamento. A maioria das tentativas e dos atos suicídas ocorrem na fase depressiva ou entre as fases.

“A aprovação de Lamictal para a manutenção do tratamento do transtorno bipolar é extremamente importante”, disse o diretor do Centro de Transtornos do Humor do Hospital Universitário de Cleveland e professor de Psiquiatria da Escola de Medicina da Case Western University, Joseph Calabrese. “A última substância aprovada pelo FDA para esse problema foi o lítio, em 1970”, comentou o psiquiatra.

A aprovação de Lamictal pelo FDA foi baseada no resultado de 18 meses de estudo, comparando a lamotrigina com o placebo, em 1305 pacientes adultos com constantes ou recentes fases depressivas ou maníacas. O estudo mostrou que Lamictal prorroga significativamente o surgimento das crises nos pacientes depressivos, passando de 93 dias com o placebo para 200 com o Lamictal, o que representa um aumento de 115% do período de estabilidade.

No caso dos maníacos e hipomaníacos, a média de dias livres de crise variou em 66%, 141 dias com Lamictal e 85 com placebo. A análise combinada dos estudos constatou a superioridade de Lamictal em ambas as situações de crise, ampliando o período de estabilidade do paciente.

“O estudo é completo e o único que aborda o dois extremos da doença, refletindo com veracidade o comportamento clínico dos pacientes”, disse o diretor do Setor de Psiquiatria da GlaxoSmithKline, Robert Leadbetter.

“Estamos satisfeitos com o resultados dos estudos, pois nosso objetivo é prolongar o período de estabilidade dos pacientes”, comemora o médico.

O que é transtorno bipolar?

O transtorno bipolar é caracterizado pela alternância de humor?

Episódios extremos de mania e depressão oscilam, com maior permanência da fase depressiva. Quando os sintomas depressivos e maníacos se combinam, acontece uma sobreposição de fases.

Não existe cura para o transtorno bipolar. Um dos mais sérios riscos da doença é o suicídio, associado, na maioria dos casos, com a fase depressiva. Cerca de 15% dos pacientes com transtorno bipolar têm ideação suicida. Somado a isso, pesquisas estimam que mais de 40% dos indivíduos com o transtorno bipolar tenham problemas com álcool e drogas durante a doença.

Uma vez não tratada, a dependência química pode piorar o quadro do paciente, aumentando a freqüência das crises.

Como age Lamictal

Lamictal (lamotrigina) age nos canais de sódio sensíveis à diferença de potencial para estabilizar as membranas neuronais e inibir a liberação de neurotransmissor, principalmente do glutamato, um aminoácido excitatório que representa um papel-chave no desencadeamento de ataques epilépticos. É uma droga antiepiléptica indicada para o tratamento da epilepsia (parcial ou tônico-clônico generalizado) e, agora, do transtorno bipolar nos Estados Unidos. Em alguns países, o medicamento também é indicado para o tratamento da epilepsia em crianças maiores de dois anos.

Lamictal é comercializado em mais de 90 países. Mais de cinco milhões de pacientes já usaram o medicamento do laboratório GlaxoSmithKline.

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