Exemplo do Paraná contra hanseníase vai à Angola

Os resultados do Paraná no tratamento da lepra serão apresentados em Angola pelo Movimento de Reintegração de Pessoas Atingidas pela Hanseníase (Morhan). A entidade, que surgiu em 1981 em Bauru (SP), e está presente no Paraná desde 1987, trabalha para colaborar com a eliminação da doença, e principalmente, com reintegração social dos portadores.

A meta da Organização Mundial da Saúde (OMS) é controlar a hanseníase em todo o mundo até 2005, com uma incidência de um caso para cada 10 mil habitantes. De acordo com a coordenadora do Morhan no Paraná, Francisca Barros da Silva, a “Didi”, no Brasil, a cada dois minutos um pessoa contrai a doença. Porém no Paraná, destaca, os índices vêm caindo, e hoje no Estado 2.102 pessoas estão fazendo o tratamento contra a lepra. “O Morhan trabalha muito com a informação e em algumas regiões são visíveis os resultados”, disse, acrescentando que, em Guarapuava graças ao trabalho da entidade, o índice da doença caiu, em cinco anos, de 20 casos para 4, em uma população de 10 mil habitantes.

No ano passado, Didi esteve nos EUA apresentados os resultados obtidos no controle da hanseníase. Dessa vez as informações serão levadas para as cidades de Loanda, Lubango, Kalukembe e Benguela, na África. Didi viaja dia 31 de julho, e ficará quinze dias. “Nesse país a hanseníase é endêmica, e temos certeza que com informação poderemos ajudar a amenizar o sofrimento dos portadores”, disse.

Preconceito

A hanseníase é uma doença infecciosa e crônica, transmitida de pessoa para pessoa mediante o contato com pacientes não tratados ou portadores. Classificada como doença de pele, atinge principalmente os nervos periféricos (mãos e pés), causando seqüelas e atrofias. O tratamento contra a doença é ambulatorial e dura no máximo um ano. Se identificada de forma precoce, a hanseníase não deixa seqüelas graves. As alterações que podem ser um alerta da doença são manchas avermelhadas ou esbranquiçadas na pele, rarefação dos pêlos ou perda de pêlos das sobrancelhas, diminuição do suor e surgimento de caroços ou nódulos.

Segundo Didi, todo o tratamento é gratuito e os medicamentos devem ser disponibilizados nos postos de saúde. Segundo ela, que é portadora da doença há 26 anos e possui atrofia nos pés e mãos, o principal problema continua sendo o preconceito. “Para a cura da doença existem três passos: o primeiro é o remédio ambulatorial, o segundo a amor fraterno, e o terceiro é o apoio da família e sociedade, que precisa ver o portador como um todo e não como um aleijado”, finalizou.

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