Estudo identifica alteração ligada à esclerose múltipla

Pesquisadores americanos mapearam três genes que, caso sofram uma alteração específica, podem desencadear o surgimento da esclerose múltipla, doença degenerativa crônica do sistema nervoso central que atinge mais de 2,5 milhões de pessoas no mundo. No Brasil, a Associação Brasileira de Esclerose Múltipla estima que haja mais de 30 mil doentes.

O estudo, que será apresentado hoje, pela primeira vez, no 13º Congresso Internacional de Imunologia, no Rio, abre caminho para o desenvolvimento de novas drogas contra a doença, que não tem cura conhecida. Na semana que vem, ele será publicado no New England Journal of Medicine.

Para o pesquisador da Faculdade de Medicina da Universidade Harvard, David Hafler, coordenador do trabalho, espera-se que esse seja o primeiro passo para o desenvolvimento de tratamentos específicos. ?Há 30 anos não há novas descobertas em relação à doença, queremos agora determinar o que causa as mutações nesses genes, se são fatores genéticos ou ambientais?, disse.

O estudo começou em 2003, a partir da conclusão do Projeto Genoma. Os pesquisadores analisaram os 23 mil genes mapeados e compararam com o DNA de 12 mil pessoas, das quais 4 mil eram portadoras da doença.

Segundo Hafler, a pesquisa concluiu que a alteração dos genes IL-2 receptor, IL-7 receptor e CD-8 pode contribuir para o desenvolvimento da esclerose múltipla. O IL-2 receptor já apareceu em outros estudos relacionados à diabete do tipo 1 e à doença auto-imune da tireóide. As três proteínas agem regulando os linfócitos, glóbulos brancos responsáveis pela defesa do organismo. Com a mutação, elas perdem sua função de defesa e passam a atacar as células do sistema.

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