Especialistas no tratamento da dependência química se reúnem no Rio

Especialistas nacionais e internacionais se reunirão, a partir de amanhã, no Rio de Janeiro, para discutir as opções para o tratamento da dependência química. O encontro, que acontecerá durante o VII Simpósio Internacional sobre Tratamento de Tabagismo e III Simpósio Internacional sobre Álcool e outras Drogas, contará com a participação de nomes como Martin Raw, Consultor Sênior da Organização Mundial de Saúde na área do fumo, Nancy Rigotti, Diretora do Centro de Pesquisa e Tratamento de Tabaco no Hospital Geral de Massachusetts, Petros Levounis, Diretor do Smithers Alcoholism Treatment and Treaning Center e Chefe da divisão de Dependência Química do St. Luke’s – Roosevelt Hospital Center.

Promovidos pela Associação Psiquiátrica do Estado do Rio de Janeiro (Aperj) e pela Santa Casa da Misericórdia do Rio de Janeiro o tema central das discussões será o tabagismo. “Embora as drogas ilícitas gerem um flagelo social mais explícito, o tabaco continua sendo a droga mais utilizada em nosso país, matando anualmente milhares de brasileiros”, afirma a psiquiatra Analice Gigliotti. Especialista no tratamento de dependentes do tabaco e outras drogas, Analice exalta a importância de um envolvimento maior dos profissionais de saúde na questão das drogas. “Se por um lado é obrigação do governo utilizar todas as suas forças para estancar o narcotráfico e o crime organizado, por outro é obrigação de todo profissional de saúde, como trabalhador e como cidadão, Ter conhecimento das inúmeras opções disponíveis para tratamento dos abusadores e dependentes dessas substâncias”, omenta.

O uso de drogas aliado a falta de atenção, omissão, estresse e instabilidade são alguns dos ingredientes desta bombástica mistura que leva à ansiedade, depressão, agressão e até mesmo ao suicídio. Todos os tipos de droga são comprovadamente maléficas. A cocaína é hoje a principal causa de infarto cardíaco, abaixo dos 40 anos de idade. É também a campeã da combinações explosivas, que levam à perda de controle, agressão e violência.

Outro dado importante, é a gradativa dependência gerada pelo tóxico. Segundo o Departamento de Saúde e Serviços Humanos do governo norte-americano, fumar maconha aumenta em 56% a chance de consumo de outra droga; que mais 90% dos usuários de crack e cocaína fizeram primeiro um estágio na maconha; e que 10% dos usuários de maconha ficam dependentes? Um problema de saúde pública, se considerarmos que vários pesquisas mostram que pelo menos um de cada cinco adolescentes já experimentou um cigarro de maconha.

Atualmente, o tráfico de drogas está ligado a atos ilícitos como o desaparecimento de menores, o jogo ilegal, a prostituição, os roubos de carro, os estupros e a violência, principalmente a domiciliar. De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Inovações em Saúde Social (Ibiss), só na Cidade do Rio de Janeiro, mais de 12 mil jovens de 08 a 18 anos trabalham para o tráfico. Este problema também está presente em países desenvolvidos. Na Inglaterra, por exemplo, os dependentes químicos respondem por pelo menos um terço da atividade criminal.

Tratamento

A dependência química é uma doença do indivíduo e da sociedade. É crucial resgatar a auto-estima e reintegrar o indivíduo à sociedade.

Psicoterapia individual, de grupo ou familiar juntamente com a medicação adequada ajudam superar a fase aguda? Caracterizada por grande estresse e manifestações de abstinência. Fazer uso de um agente que permita a transição sem “trocar um vício por outro” é essencial para a superação do problema. Um medicamento que trate a dependência química sem viciar e dopar pode ajudar nos casos mais difíceis. Estudos internacionais comprovaram que a bupropiona, princípio ativo de Zyban, atua aliviando a sensação de fissura, sem transformar o usuário em dependente do medicamento.

Convidados internacionais:

KATHLEEN BRADY – Professora de Psiquiatria, Diretora do Instituto de Neurociências, Diretora da Divisão de Ensaios Clínicos da Universidade de Medicina da Carolina do Sul

MARTIN RAW – Psicólogo, Senior lecturer em Saúde Pública na Universidade de Londres; Consultor Sênior da Organização Mundial de Saúde na área do fumo;

NANCY RIGOTTI – Professora de Medicina da Universidade de Harvard, Diretora do Centro de Pesquisa e Tratamento de Tabaco no Hospital Geral de Massachusetts, Professora de Saúde Pública e Comportamento Social da Universidade Harvard

PETROS LEVOUNIS – Professor de Psiquiatria Clínica na Universidade de Columbia, Diretor do Smithers Alcoholism Treatment and Treaning Center e Chefe da divisão de Dependência Química do St. Luke’s ? Roosevelt Hospital Center.

Convidados nacionais:

ANALICE GIGLIOTTI – Santa Casa da Misericórdia – RJ e Associação Psiquiátrica do RJ

ANDRÉ MALBERGIER – Universidade de São Paulo

ÂNGELO CAMPANA – Hospital Mãe de Deus ? RS

DENISE FROSSARD – Deputada Federal

ELIZABETH CARNEIRO – Santa Casa da Misericórdia ? RJ

FÁBIO BARBIRATO – Santa Casa da Misericórdia ? RJ

HERMANO TAVARES ? HCFMUSP

ISRAEL HONIGMAN – Hospital Souza Aguiar ? RJ

JORGE ALBERTO COSTA E SILVA – SCMRJ / Academia Nacional de Medicina

JORGE JABER – Clínica Jorge Jaber ? RJ

GISELE ALELUIA – Santa Casa da Misericórdia ? RJ

MARCELO CRUZ – PROJAD/IPUB/UFRJ

MAGDA VAISSMAN – APERJ/PROJAD/IPUB UFRJ

PAULO MATTOS ? UFRJ

RENATA ABREU – CLIF AD

RONALDO LARANJEIRA – UNIAD – EPM ? SP

SABRINA PRESMAN – Santa Casa da Misericórdia ? RJ

TÂNIA CAVALCANTE – CONPREV/INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER

Serviço

: VII Simpósio Internacional sobre Tratamento de Tabagismo e III Simpósio Internacional sobre Álcool e outras Drogas
Data: 6, 7 e 8 de novembro de 2003
Local: Colégio Brasileiro de Cirurgiões – Rua Visconde e Silva 52/ 1 andar – Botafogo

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