Epilepsia atinge quase 50 milhões de pessoas

Estima-se que cerca de 50 milhões de pessoas no mundo sofram com a epilepsia, um problema que atinge principalmente a camada econômica mais baixa e cujas causas são as mais diversas, incluindo o traumatismo craniano, infarto, doenças parasitárias, entre outros. O que poucas pessoas sabem é que a maioria das pessoas (cerca de 80%) pode ter a condição curada, desde que o problema seja diagnosticado e tratado de maneira adequada.

Essas e outras informações foram passadas ontem pelo médico neurologista Ley Sander, diretor do Centro de Neurociência da Organização Mundial da Saúde (OMS) e professor da Universidade de Londres, durante conferência realizada no auditório do Conselho Regional de Medicina (CRM), em Curitiba.

O médico explica que a epilepsia não é uma doença por si só, mas um sintoma de problemas no córtex cerebral. Entre as crises, a mais conhecida é a convulsão, seguida por crises parciais complexas. “Quase 99% das crises são auto-limitadas ,ou seja, param por si sós. A pessoa próxima só tem que protegê-la para não se machucar”, orienta.

O que chama a atenção é que pessoas com renda mais baixa têm 2,5 vezes mais risco de desenvolver o sintoma do que a população de renda maior. Para o médico, o motivo não é um só. “Os mais pobres têm gestação nutricional não muito boa. O tratamento obstétrico também não é da melhor qualidade e a meningite, por exemplo, pode levar mais tempo para ser tratada”, cita. Além disso, acrescenta, as pessoas mais pobres “têm menos chance de receber vacinação efetiva contra doenças como rubéola e sarampo”. Doenças como a neurocisticercose – provocada essencialmente pela falta de saneamento básico – é um das fatores que pode acarretar em epilepsia.

Para tentar contornar a situação, o médico defende maior investimento em saúde sanitária. “O custo para desenvolver uma droga antiepiléptica custa cerca de US$ 500 milhões. Acredito que esse dinheiro poderia ser usado nas questões sanitárias”, aponta. A epilepsia atinge principalmente crianças no primeiro ano de vida e pessoas com mais de 60 anos. Na faixa de 20 a 40 anos, o maior fator de risco é o álcool, que pode causar traumatismo craniano em caso de acidentes envolvendo bebida.

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