Enurese noturna afeta 3 milhões de crianças

Colocar cobertas e colchões para secar no sol quase todas as manhãs porque as crianças fizeram xixi na cama é uma rotina que aflige milhares de pais em todo mundo. Porém, em crianças acima dos cinco anos de idade, o ato de molhar os lençóis freqüentemente durante a noite não deve ser encarado com normalidade nem como uma travessura, mas como uma doença chamada enurese noturna.

Caracterizada pela perda involuntária de urina durante o sono, a enfermidade atinge cerca de três milhões de meninos e meninas entre 5 e 15 anos de idade no Brasil. No mundo, acredita-se que entre 15% e 20% de crianças na faixa dos cinco anos sejam vítimas do problema. “Até os três anos de idade, é normal que a criança já tenha um controle noturno da urina. A enurese é considerada a partir dos cinco anos, quando a criança urina durante o sono duas ou mais vezes por semana”, comenta o médico urologista Maurício Hachul. “Não é um problema de causa psicológica, mas que pode gerar constrangimento, levar à perda de auto-estima e retração social”.

A enurese pode ser gerada por fatores genéticos (em meados da década de noventa, estudos realizados na Europa descobriram o cromossomo da doença); aumento da quantidade de urina à noite em relação ao dia devido à diminuição na produção de um hormônio antidiurético; alterações de sono, quando a criança dorme tão profundamente que não sente que está com vontade de urinar; e bexiga com capacidade menor que o normal.

Tratamento

O tratamento envolve participação familiar, dieta, informações sobre controle urinário e, muitas vezes, o uso de um sistema de alarme que é anexado às roupas de baixo das crianças e que dispara assim que a primeira gotinha de xixi começa a sair. O alarme promove um condicionamento neurológico, geralmente solucionando o problema em um período médio de dois meses. “Também são usados alguns medicamentos, encontrados na forma de comprimidos e nasal, para redução da produção de urina durante à noite”, diz Maurício. (Cintia Végas)

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