José Tariki, vice-presidente da SBCP.

A cirurgia de mama é a segunda mais realizada no Brasil, perdendo apenas para a lipoaspiração. Ela pode ser realizada em dois casos: quando a paciente quer colocar próteses de silicone ou quando há a perda total ou parcial do seio na decorrência de um câncer de mama. As cirurgias estéticas e reparadoras são o tema da 20.ª Jornada Sul-Brasileira de Cirurgia Plástica, que prossegue até amanhã no Hotel Sheraton Four Points, em Curitiba. O encontro reúne nomes de expressão internacional e nacional da cirurgia plástica, como Ivo Pitanguy, que faz palestra hoje.

Uma das últimas polêmicas no segmento, que vai ser discutida hoje durante o evento, foi a descoberta de mulheres na região de Campinas, interior de São Paulo, que implantaram silicone nos seios e desenvolveram infecção após a operação. Segundo José Tariki, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), a investigação da Vigilância Sanitária está seguindo por dois rumos: ou o lote de próteses estava contaminado ou os moldes usados nas cirurgias (para verificar o tamanho da prótese a ser colocada) não foram esterilizados corretamente. “Por enquanto está suspensa a utilização dos moldes, mas a cirurgia está liberada. Nós estamos aguardando os resultados das investigações”, afirma Tariki.

Ele conta que a sociedade está implantando nos próximos dias um cadastro nacional de implantes mamários, no qual o médico associado dará informações sobre o tipo de implante e a marca, lote e número da prótese. Com isso, qualquer problema será detectado mais rapidamente e a ação poderá ser imediata.

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A presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica – regional Paraná -, Ruth Graf, explica que o número de cirurgias de mama tem crescido muito nos últimos anos em virtude do acesso financeiro e da quantidade de cirurgiões formados. “Outro motivo é a segurança dos procedimentos. O Brasil é referência mundial na cirurgia de mama e nós desenvolvemos algumas técnicas. Hoje em dia, as cicatrizes são reduzidas e há uma melhor forma da mama”, aponta.

Ruth indica que outro fator importante foi a preocupação da indústria de melhorar a qualidade das próteses. “A que possui gel, usada aqui no Brasil, não escorre, o que diminui o número de complicações”, explica Ruth. De acordo com ela, para ajudar ainda mais no quesito segurança, a paciente também deve ter o cuidado de escolher um médico associado à Sbcp.

Ruth revela que antigamente cerca de 90% das intervenções cirúrgicas eram para diminuir o tamanho do seio. Atualmente, o número de casos de aumento e de retirada é equilibrado. “Culturalmente, as mulheres estão pensando em seios maiores”, comenta Ruth.

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