A cena vai se repetir na temporada de férias. Um transtorno cada vez mais comum vem ocorrendo ano após ano em vôos ou viagens muito longas de ônibus e automóvel: a embolia pulmonar.

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Isto acontece porque a pessoa fica muito tempo sem se movimentar, provocando um coágulo sanguíneo na perna e, ao se levantar, o coágulo pode chegar ao pulmão, por meio da circulação.

É uma doença grave e pode causar danos permanentes no pulmão, além de ocasionar baixos níveis de oxigênio no sangue, levando o paciente a morte.

Com o fim de ano se aproximando, os aeroportos, estradas e rodoviárias ficam lotadas de pessoas que querem aproveitar a estação.

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O alerta serve para que as sonhadas férias não se tornem um pesadelo, devido à doença. Segundo Alexander Ramajo Corvello, chefe de serviço de radiologia vascular e intervencionista do Hospital Santa Cruz, a embolia pulmonar está entre as principais causas de morte no mundo.

Só nos Estados Unidos, por exemplo, morrem, aproximadamente, 600 mil pessoas por ano, vítimas do distúrbio. “Desse número, 11% dos casos é fulminante, além disso, do índice restante, apenas em 29% a embolia é constatada e diagnosticada corretamente”, diz.

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Dificuldade em respirar

Falta estrutura para avaliar e investigar a doença e informação às pessoas para prevenir esses problemas de saúde, com medidas simples. Uma das causas da embolia pulmonar é a trombose venosa profunda (TVP), caracterizada pela formação de coágulo nas veias profundas da perna.

Isso acontece quando o fluxo sanguíneo é restringido pela falta de movimentação do corpo. Por isso, a preocupação e o alerta para as pessoas que já marcaram longas viagens.

Um dos sintomas da embolia pulmonar é a perda de fôlego sem explicação, dificuldade de respirar, dor no peito, tosse – até mesmo com sangue – e arritmia cardíaca (batimento cardíaco rápido e irregular).

De acordo com o especialista muitas vezes o paciente chega ao hospital com a boca roxa ou, até mesmo, inconsciente. Em alguns casos, a embolia pulmonar só é percebida por meio dos sinais e sintomas da TVP, que são inchaço, dor, sensação de calor ou sensibilidade na perna, pele avermelhada ou descolorada na perna afetada.

Filtro de café

O tratamento da doença é feito com cateterismo vascular, em que através de tubos finíssimos e de aparelhos de imagens, é possível atuar no interior de veias e artérias.

Esse procedimento é chamado de radiologia intervencionista e se destaca por utilizar cortes muitos pequenos e possibilitar uma recuperação pós-operatória bastante rápida.

Depois da obstrução, caso constatado que o paciente tem tendência a coagular o sangue, é colocado um filtro de veia cava inferior, na região do pulmão. “Esse filtro funciona como um filtro de café, não permitindo a entrada de coágulos para o pulmão”, explica Corvello.

Na opinião do radiologista intervencionista, com medidas simples, é possível evitar o comprometimento vascular. Pessoas que tendem a ficar muito tempo sem se movimentar, seja sentada ou até mesmo de pé, por motivos de trabalho ou por viagem longa, devem procurar um especialista para impedir ou prevenir o risco de ter uma embolia pulmonar.

“Hoje é possível por meio de exames detectar propensão a doença e, se for o caso, iniciar um tratamento preventivo”, destaca. Outra medida importante para quem é obrigado a ficar muito tempo sem se movimentar é fazer caminhadas diariamente ou usar meia elástica nas pernas como forma de prevenção.

O médico aconselha às pessoas que fazem parte desse grupo de risco (no trabalho ou em viagens) que procurem se levantar a cada uma hora. “Caso não seja possível, pelo menos fazer movimentos com as pernas e pés, como se estivesse acelerando um carro”, adverte.

Assintomático

De acordo com Corvello, não existe faixa etária de risco, portanto, é bom se prevenir sempre. Estão ,no grupo de risco às pessoas obesas, cardíacas ou com doenças respiratórias crônicas, como asma, bronquite, tuberculose e fumantes.

Mulheres grávidas ou que fazem uso prolongado de anticoncepcionais, também integram esse grupo e devem procurar uma assistência médica para prevenir a doença.

Conforme a situação clínica prévia do paciente que sofreu a embolia, o processo pode não ser percebido imediatamente, por ser assintomático, ou pode levar à morte súbita antes do diagnóstico correto.

Os sintomas de uma embolia pulmonar dependem do grau de prejuízo trazido ao funcionamento do organismo. Trombos pequenos em pacientes jovens podem provocar apenas uma sensação de cansaço leve. Trombos grandes acarretam graves consequências respiratórias e queda acentuada na pressão arterial, variando do choque à morte.

Fatores de Riscos

Idade acima de 40 anos
Obesidade
Varizes grandes
História anterior de trombose
Uso de anticoncepcionais orais ou da reposição hormonal
Fumo
Alterações genéticas que afetam o mecanismo de coagulação
Cirurgias de médio e grande portes
Infecções e doenças graves
Traumatismos
Gravidez e pós-parto
Imobilização prolongada
inais de Alerta
Dor intensa
Inchaço nas pernas
Vermelhidão e calor no local
Endurecimento da musculatura da perna
Formação de nódulos dolorosos nas varizes