Dúvidas sobre cirurgia plástica são comuns

O número de pessoas, especialmente mulheres, que têm trocado as viagens de férias pelo repouso pós-cirurgias plásticas aumenta a cada ano, de forma que, apenas no nordeste do país, por exemplo, o número de cirurgias estéticas aumenta 40% no mês de janeiro.

O cirurgião plástico André Colaneri indica que os principais fatores que se costuma considerar na decisão de passar pela cirurgia plástica são a disponibilidade de tempo para recuperação pós-operatória, os riscos e o resultado desejado. De acordo com o especialista, essa época é indicada para que o paciente consiga se dedicar ao repouso e alimentação balanceada, que facilitam a cicatrização dos pontos.

“Porém, os riscos e obstáculos da realização do procedimento também devem ser avaliados rigorosamente, bem como assimilados pelo paciente”, alerta. Segundo psicóloga Amanda Chammah, para se ter certeza de que a pessoa está emocionalmente preparada para passar por uma cirurgia, é importante considerar também algumas questões pessoais, como estilo de vida, trabalho e relacionamentos.

Essa é uma forma de se minimizar decepções e problemas no tratamento pós-cirúrgico. Dúvidas em relação ao momento certo de passar por uma cirurgia são comuns. Existem alguns critérios que precisam ser levados em conta na hora de se optar pela cirurgia plástica.

Passar por um procedimento a fim de corrigir aquele defeitinho que sempre incomodou é um sonho para muita gente, tanto que o Brasil é o recordista mundial em número de procedimentos, de acordo com dados da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica.

No entanto, por mais que a vontade de mudar seja grande, muitas vezes as dúvidas quanto ao momento mais oportuno para operar e a apreensão em relação aos resultados podem funcionar como barreira à decisão de levar o projeto adiante e se entregar ao bisturi.

Expectativas realistas

Problemas de autoestima, de identidade e outras questões psicológicas também são pontos que devem ser levados em conta na avaliação da hora certa de passar por uma cirurgia estética.

Alguns dos principais fatores que se costuma considerar na decisão de passar pela cirurgia plástica são a disponibilidade de tempo para recuperação pós-operatória, os riscos e o resultado desejado. No entanto, de acordo com Colaneri, existem outros quesitos de importância fundamental para que o procedimento seja bem sucedido.

“Além de questões relativas à saúde do paciente e à minimização dos riscos, é essencial ter a certeza de que ele tem expectativas realistas de resultados e ciência das limitações técnicas da cirurgia, relativas, por exemplo, a fatores genéticos, para evitar decepções”, diz o médico.

Para que os riscos e obstáculos sejam bem compreendidos e assimilados pelos pacientes, é fundamental, então, que eles estejam conscientes dos seus problemas e bem preparados psicologicamente, tanto para decidir realmente pelo procedimento quanto para lidar bem com os resultados.

Não raro, pessoas com problemas de autoestima ou em crise de identidade, por exemplo, veem nas plásticas uma solução para sentimentos, como inferioridade, rejeição e depressão.

“É uma tentativa de resolver conflitos mentais com alterações corporais, que, obviamente, não vai fazer efeito e certamente levará a decepções, não importando quão perfeita seja a aparência final”, avalia a psicóloga.

Compreensão mútua

Cabe, portanto, ao cirurgião plástico fazer uma análise minuciosa do paciente para ver se ele está realmente apto a passar pela cirurgia, tanto física quanto psicologicamente.

Na consulta inicial, é necessária uma avaliação aprofundada, para verificar as reais motivações e expectativas de quem procura o procedimento, pois os resultados dependem desse diagnóstico.

Assim como é preciso tratar questões de saúde antes da operação, se perceber que o paciente não está p,sicologicamente preparado o cirurgião deve indicar que ele procure auxílio de um psicoterapeuta, adiando a plástica para outro momento ou, até mesmo, não a realizando, se for o caso.

O primeiro ponto para uma operação bem sucedida e satisfatória, de acordo com André Colaneri, é o paciente deixar claro para o cirurgião plástico como se sente, detalhando o que gostaria de mudar em sua aparência.

É preciso que, ao final da consulta, ambos estejam certos de que houve uma compreensão mútua dos anseios e necessidades do paciente, pois caso isso não aconteça, corre-se o risco de que os resultados não atinjam os efeitos desejados.

“Outra consideração importante é que a operação ocorra em um período no qual a pessoa não esteja se sentindo muito estressada, física ou emocionalmente, pois todo processo cirúrgico envolve um desgaste físico e mental, além das dificuldades habituais do cotidiano”, acrescenta o médico.

A psicóloga Amanda Chammah ressalta, ainda, que, para ter certeza de que a pessoa está emocionalmente preparada para passar pela cirurgia, é importante considerar também algumas questões pessoais, como estilo de vida, trabalho e relacionamentos. “São fatores que, em harmonia, contribuem para que o período de recuperação pós-operatória seja mais agradável”, conclui.

Perfis mais comuns

Equilibrado – Busca o consultório com uma queixa estética comum, com ambições de resultados compatíveis com a realidade e sem tentar mudar a genética. xageradamente perfeccionista – Recorre às cirurgias para a correção de defeitos mínimos, dificilmente percebidos por pessoas não treinadas (cirurgiões plásticos). É comum levarem fotos e até desenharem o que pretendem mudar.

Eternamente insatisfeito – Já passou por diversas cirurgias plásticas, mas não ficou satisfeito com nenhuma delas, sempre questionando os resultados, mesmo aqueles aparentemente bons.

Quando procura o cirurgião pela primeira vez, queixa-se de um problema supervalorizado, dando uma dimensão não visualizada na consulta. Com distúrbio de auto-imagem – Queixa-se de um defeito inexistente, vendo excesso de pele e gordura onde não existem. Muitas vezes faz cirurgias para a correção, mas continua a queixar-se do mesmo problema.

Em crise de identidade – Quer ficar parecido com atores e outras pessoas públicas. Costuma levar fotos para mostrar como querem que fique a parte do corpo a ser operada. Sofre influência dos padrões impostos pela sociedade, que o atingem na busca pelo bem-estar e por ser notado e bem aceito.

Com desejo de agradar – Busca fazer plástica para agradar aos pais ou ao companheiro, sendo também contra-indicado para se submeter a uma cirurgia estética.