Doença respiratória mata três pessoas por hora no Brasil

A DPOC – doença pulmonar obstrutiva crônica é um problema de caráter progressivo que se caracteriza pela presença de sintomas respiratórios crônicos (tosse, produção de catarro e falta de ar). O termo DPOC engloba duas enfermidades, bronquite crônica e enfisema pulmonar, que acometem os pacientes simultaneamente. A doença chega a matar 30 mil pessoas por ano*, no Brasil. Isso significa que, a cada hora, morrem três pessoas no País pela DPOC.

A doença atinge aproximadamente sete milhões de brasileiros* e supera os índices de óbito por acidente de trânsito* (29.640 óbitos) e pneumonia* (29.345 óbitos). Uma das complicações da doença é a limitação das atividades diárias. “O paciente chega a ter dificuldade nas rotinas básicas, como tomar banho, alimentar-se, caminhar e até conversar. A doença é muito grave. O indivíduo passa a depender da ajuda de familiares para exercer essas atividades”, explica José Jardim, professor de Pneumologia da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo).

Isso ocorre, segundo Jardim, devido à perda da capacidade pulmonar do paciente. Os fumantes são os mais atingidos: 90% dos casos. Uma das conseqüências da DPOC são as internações freqüentes causadas pela piora do quadro conhecida como exacerbação. Por esta razão, a DPOC tem forte impacto econômico para o governo, uma vez que a necessidade de internações é freqüente. Segundo dados do Datasus, em 2001, o governo gastou R$ 100 milhões com pacientes internados pela doença, o dobro dos gastos com internações por pneumonia.

A DPOC também ocasiona perda de dias de trabalho ao paciente, pela falta de resistência física. Em casos mais graves, leva a pessoa a permanecer com fornecimento de oxigênio por equipamentos. Depressão, ansiedade e falta de esperança também são comuns em portadores da doença.

Diagnóstico

Para diagnosticar a DPOC, é necessário que o médico esteja atento aos sinais clínicos da doença, principalmente, a falta de ar persistente que ocorre em fumantes crônicos. A espirometria (um teste que avalia a função pulmonar) é um exame complementar para o diagnóstico. De modo geral, os pacientes procuram o médico quando a dificuldade para respirar já está interferindo em suas atividades diárias normais.
A doença tem maior incidência em homens, embora verifique-se um crescimento no número de mulheres com DPOC. Isso é explicado pelo aumento dos índices do tabagismo na população feminina.

Tratamento

A lesão pulmonar causada pela DPOC é irreversível, mas os sintomas podem ser tratados. Assim como o diabetes e a hipertensão, esta é uma doença que pode ser controlada e quanto mais precoce o diagnóstico, mais eficaz será o tratamento.

Neste ano, será lançado uma substância – o tiotrópio, exclusiva para o tratamento da DPOC. Trata-se de um medicamento de inalação única diária, que controla as dimensões das vias aéreas, melhorando a qualidade de vida do paciente. Até agora, as substâncias mais utilizadas para o alívio dos sintomas são os broncodilatadores, geralmente administrados por via inalatória.

Além dos medicamentos, os especialistas dão algumas dicas para melhorar a qualidade de vida do paciente. “Os exercícios físicos melhoram a capacidade da pessoa para a realização de suas atividades. O paciente deve passar por uma avaliação médica para conhecer o grau de capacidade respiratória. Após esta avaliação, o especialista pode determinar qual a atividade física adequada para o paciente”, explica Jardim.

*FONTE: DATASUS

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