Doença coronária

A doença coronária envolve um espectro de situações clínicas em que se situa o aparecimento da angina (dor no peito), passando por síndromes coronárias agudas que culminam com o advento do enfarto agudo do miocárdio. Muitos de nós já vivenciamos situações em que, parentes, amigos, vizinhos foram acometidos abruptamente de uma doença aguda do coração, com morte súbita ou encaminhados às pressas para hospitais a fim de receberem tratamento adequado.

O primeiro sinal de doença arterial coronária pode ser a morte súbita. Cerca de 40% a 50% das pessoas que sofrem enfarto agudo do miocárdio não chegam vivas ao hospital para receber o tratamento adequado. Elas morrem sem tratamento, na primeira hora de evolução desde o início da dor. A instabilidade elétrica, nesse período, conseqüência da severa isquemia (falta de sangue e oxigênio), condiciona o aparecimento de arritmias graves que desencadeia a morte. Dentre aquelas que são internadas, 9% ainda morrerão durante o internamento, apesar do tratamento. Essas cifras são preocupantes e devem despertar nosso interesse no sentido de começarmos a participar de programas de prevenção. É preciso estar alerta e tomar os necessários cuidados para prevenir ou, se o paciente já for portador da doença, submeter-se ao tratamento adequado com disciplina.

A doença coronária agride tanto homens quanto mulheres, sendo que essas, devido à proteção exercida pelo hormônio feminino, são atingidas mais freqüentemente após a menopausa. Existem certas condições, chamados fatores de risco coronário, que devem ser de nosso conhecimento. Esses fatores são a hipertensão arterial, diabetes, gorduras elevadas no sangue, entre eles o colesterol e os triglicerídeos, estresse, hábito de fumar, obesidade, vida sedentária e fatores hereditários. Esses fatores de risco facilitam o aparecimento e a evolução da doença das artérias do coração.

Quem deseja prevenir o aparecimento da doença coronária e não ser um candidato sério a ter um enfarto ou acidente vascular cerebral (derrame) deve, imediatamente, começar a afastar esses fatores. O hipertenso deve tomar seus remédios para hipertensão, o diabético tratar a diabetes e o fumante abandonar o hábito de fumar. O estressado deve identificar por si ou com auxílio de profissional competente aquelas situações que o levam ao estresse e afastá-las. Metodizar a vida é um bom começo. O dia tem 24 horas, dividir essas 24 horas em 8 horas para trabalho, 8 horas para dormir e 8 horas para atividades prazerosas, com certeza ajudarão na racionalização das atividades e melhoria na qualidade de vida. O cigarro não deve ser simplesmente abandonado, deve ser erradicado, pois está comprovado que, além de provocar doença pulmonar, inclusive o câncer, contribui, definitivamente, para o aparecimento da doença arterial coronária. A partir dos 30 anos, deve ser feito exame médico a cada ano, incluindo um check-up.

Lázaro Garcia

é médico-chefe do Serviço de Hemodinâmica Digicor da Santa Casa de Misericórdia de Curitiba, integrada à Aliança Saúde da Pontifícia Universidade Católica do Paraná.Home page: http://www.orbit.pucpr.br/jornais

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