Discriminação que cansa

O contato inter-racial deixa exaurido o cérebro de pessoas que guardam algum grau de preconceito racial, devido a um suposto esforço para controlar reações ou pensamentos, mostra uma nova pesquisa americana. No estudo, publicado na edição on line da revista Nature Neuroscience, pesquisadores aplicaram a 30 voluntários brancos um teste-padrão para verificar se eles abrigavam algum grau de preconceito racial. O teste é considerado controverso, mas a correspondência de resultados com os demais testes aplicados na pesquisa surpreendeu os cientistas da Faculdade de Darmouth, no Estado de New Hampshire, nos EUA. No teste, os voluntários tiveram que associar conceitos negativos e positivos a imagens de pessoas brancas ou negras. O preconceito é medido pelo padrão com que se demora a associar conceitos negativos aos brancos e conceitos positivos aos negros. Os cientistas alertam, porém, que isso não quer dizer que as pessoas nas quais o teste detectou algum grau de preconceito fossem declaradamente racistas ou adotassem comportamentos preconceituosos no dia a dia. Depois, os participantes foram convidados para entrevistas com pessoas negras ou brancas. Logo em seguida, submeteram-se a um teste não relacionado para medir o desempenho cognitivo. Os voluntários nos quais o teste inicial detectou algum grau de preconceito foram os que se saíram pior no teste cognitivo, como se a necessidade de interagir com uma pessoa de outra raça os tivesse esgotado mentalmente.

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