Diabéticos ganham nova insulina

São Paulo  (enviado especial) ? A resistência ao uso da insulina no tratamento do diabetes no Brasil é grande. Enquanto nos EUA 40% dos médicos receitam esse tratamento a seus pacientes sem medo, em território brasileiro apenas 8% têm essa prática. Um dos principais temores dos brasileiros é a hipoglecimia (redução demasiada do nível de glicemia) causada pelo uso execessivo da insulina. Ontem, em São Paulo, o Laboratório Aventis Pharma lançou no Brasil a Lantus (insulina glargina de duração de 24h), que tem como principal vantagem sua estabilidade. Diferente da insulina Neutral Protamine Hagedorn (NPH), que tem picos de ação, principalmente entre a quarta e a quinta hora, a Lantus tem sua absorção no organismo de maneira estável e mais prolongada.

O lançamento mundial do produto acontece no fim do mês, em Paris, no Congresso Mundial de Diabetes. A Lantus já vem sendo utilizada desde 2000 na Alemanha, 2001 nos EUA e 2002 no Reino Unido. No Brasil, ela chega com preço cerca de cinco vezes maior que a NPH. Uma ampola com 3ml de Lantus custa R$ 77,00 e pode ser usada no período de dez dias.

O cooordenador médico do Núcleo de Terapia Celular e Molecular da Univerisade de São Paulo (USP), Freddy Goldberg Eliaschewitz, destacou que num recente estudo comparativo entre o tratamento casado da Lantus e da NPH com medicamentos via oral na América Latina, os pacientes tratados coma Lantus apresentaram menor incidência de hipoglicemia noturna. “Foram apenas 16% contra 30% dos que usaram a NPH”, revelou.

Existem dois tipos de diabetes. No tipo 1 é obrigatório o uso da insulina, já que o pâncreas já não mais a produz. No tipo 2, ligado à obesidade, o paciente utiliza medicação oral por cerca de 15 a 20 anos, antes de ter que combiná-la com a insulina. Existe também a insulina de efeito rápido, utilizada logo após as refeições de pacientes do tipo 1. O presidente da Associação Latino-Americana de Diabetes, Antônio Chacra, destacou que o surgimento da Lantus é mais um novo marco no tratamento do diabetes. Anteriormente, três premios Nobel de Medicina foram concedidos a pesquisadores que ajudaram a contribuir na evolução da doença.

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