A perda progressiva da visão prejudica a qualidade de vida dos idosos acostumados às simples atividades rotineiras.

Muitas vezes, notamos que as pessoas de mais idade abandonam as atividades comuns do dia-a-dia. Um número considerável delas o faz devido a uma perda gradativa da visão. Essa situação passa a interferir na sua qualidade de vida, causando certas restrições e provocando insegurança. Entender o funcionamento do sistema visual nessa etapa da vida é um tema que deve ganhar maior importância, visto o envelhecimento da população mundial. As estimativas dão conta de que em 2050 o número de pessoas com mais de 60 anos de idade deve superar 2 bilhões. No Brasil, atualmente, são 27 milhões de pessoas com mais de 50 anos.

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Conforme o oftalmologista Osny Sedano, do Hospital de Olhos de Curitiba, a visão também envelhece com a pessoa. ?Com a idade, a córnea vai perdendo progressivamente a transparência e o cristalino, que é normalmente transparente, ganha tons amarelados?, diz o especialista. Nesse processo, a retina também passa por desgaste. As terminações nervosas (neurônios) vão se afastando e perdendo a condutividade, resultando em perda da qualidade visual. ?É como o tubo de um aparelho de televisão que vai ficando velho?, ilustra o médico.

Multifocais

Sedano explica que não se sabe exatamente de que maneira as pessoas vêem com a idade avançada, pois o aparelho visual é altamente complexo. A consciência e a visão são intimamente relacionadas. A memória visual também tem sua parte consciente e inconsciente. É comum a pessoa, ao ver alguma coisa, se lembrar de que já havia visto aquela imagem antes e nunca ter notado. De acordo com o médico, toda influência da idade relacionada à memória, percepção e atividade intelectual é também relacionada à visão.

Um dos grandes vilões contra a visão na terceira idade é a falta de informação. ?Mesmo os idosos em boa situação econômica muitas vezes estão mal informados sobre as possibilidades para melhorar sua visão?, revela o óptico Eric Gozlan. Conforme o consultor, um dos exemplos mais claros é o desenvolvimento das lentes multifocais, que evoluíram muito nos últimos anos. Feitas para atender deficiências visuais para perto e longe, elas ainda são sub-utilizadas por alguns usuários por sua utilidade específica. ?As medidas para uma lente multifocal precisam ser muito corretas para que um campo de visão não interfira no outro?, revela Gozlan.

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O óptico afirma que é preciso saber sempre sobre a atividade cotidiana do idoso usuário de óculos. Assim, pessoas com vida dinâmica precisam de lentes que proporcionem uma visão panorâmica em todas as distâncias e quem leva uma vida mais pacata precisa de multifocais de campo definido. Gozlan ainda alerta para o fato de que as armações também vêm sofrendo mudanças para atender à demanda dos usuários idosos. ?Os novos produtos são mais leves, antialérgicos e resistentes?, comprova. Sem contar que, por distração, os idosos acabam perdendo-os dentro de casa ou derrubando-os no chão, por isso, sempre é bom adquirir modelos que aliem qualidade, conforto e segurança.

As mais comuns doenças da visão em idosos

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Presbiopia – Quando a elasticidade do cristalino se reduz, perdendo o poder de acomodação e o foco passa a ser feito fora da retina, resultando na formação de imagens embaçadas e dificuldade para ver de perto.

Catarata – Geralmente acomete pessoas acima dos 70 anos. Lenta e progressivamente, o cristalino perde a transparência, tornando-se opaco, dificultando a visão.  Nesse caso, o processo é reversível com intervenção cirúrgica.

Glaucoma – O sistema de drenagem do olho fica obstruído. O líquido permanece represado, o que aumenta a pressão intra-ocular e provoca, gradativamente, a perda da visão.

Degeneração macular relacionada à idade (DMRI) – Processo degenerativo da principal região da retina, a mácula, responsável pela acuidade visual central. Quando essa área se degenera, o paciente apresenta visão distorcida e embaçada.