Crises de asma aumentam no inverno

A asma é uma doença grave que afeta mais de 100 milhões de pessoas, de diversas faixas etárias, em todo o mundo. Caracterizada pelo chiado, falta de ar, opressão torácica e tosse, a asma é um distúrbio inflamatório crônico, que não tem cura, mas pode ser controlada. No inverno, o aumento das infecções das vias aéreas, a baixa resistência do organismo, devido ao frio e à umidade, faz com que as crises apareçam mais freqüentemente e agrave os casos da doença.

Segundo o pneumologista do Hospital VITA Curitiba, Ricardo Alves, nas pessoas asmáticas, a mucosa brônquica (revestimento interno dos brônquios) fica inflamada, o que diminui o calibre dos brônquios e aumenta a secreção dessa região. Freqüentemente avermelhada e inchada, essa mucosa fica mais sensível à certas substâncias inaladas.

O médico explica que, apesar das pessoas dissociarem a bronquite da asma, os dois nomes tratam da mesma doença. “Muita gente pensa que a bronquite é mais moderada e que a asma é uma doença grave. Na verdade, bronquite é a inflamação dos brônquios, exatamente a mesma definição da asma”, esclarece.

Durante uma crise de asma, os músculos que envolvem as vias respiratórias se enrijecem ou contraem, limitando o fluxo de ar para dentro e fora dos pulmões. De acordo com o pneumologista, a gravidade da asma pode variar de pessoa para pessoa. “Pode ser em qualquer intensidade e tende a piorar com o tempo, se não for feito o tratamento adequado”, enfatiza Alves.

Os fatores de risco que causam as crises de asma são chamados de fatores desencadeantes. Os mais comuns são o ácaro – presente na poeira -, pêlos de animais, mofo, odores fortes e cigarro. Alves lembra que o estresse emocional também desencadeia crises. “Algumas pessoas falam que alguém é asmático porque é nervoso, o que não é verdade. A pessoa é asmática porque tem predisposição genética para ter a doença. O nervosismo apenas desencadeia crises”, observa.

É importante que cada paciente reconheça os fatores que acionam sua dificuldade respiratória e encontre meios de evitar ou limitar sua exposição a eles. Um paciente que tem asma, terá o tempo todo, mesmo quando não apresentar sintomas. Por isso, a doença deve ser controlada todos os dias. A estratégia de prevenção é manter um ambiente livre de componentes que possam desencadear uma crise.

Para o controle da doença, é imprescindível o uso dos medicamentos corretos, nos horários certos. O pneumologista explica que os remédios utilizados são os broncodilatadores, que aliviam as crises, e os antiinflamatórios. O tratamento da doença é por tempo indeterminado, podendo durar meses, anos ou a vida inteira.

O médico ainda orienta as pessoas quanto à forma de agir diante de uma crise asmática. “É importante alcançar o remédio de alívio, que o paciente está acostumado a usar, e observar se há melhora. Se não melhorar, não adianta ficar insistindo com o remédio. O ideal é procurar um pronto-socorro imediatamente antes que haja mais complicações”, alerta Alves.

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