Crianças de Chernobyl são tratadas em Cuba

Mais de 17,5 mil crianças vítimas da explosão nuclear de Chernobyl receberam tratamento médico em Cuba nos últimos 14 anos, através de um programa humanitário iniciado em 29 de março de 1990, informou seu diretor, Julio Medina.

“Implantamos o programa como uma resposta solidária do povo de Cuba para a Ucrânia, país que sofreu uma catástrofe que afetou seu ecossistema e a saúde de seus habitantes”, disse Medina à agência ANSA no 14o aniversário da chegada do primeiro grupo de crianças ucranianas à ilha.

A usina nuclear de Chernobyl, na Ucrânia, explodiu a 27 de abril de 1986. A nuvem tóxica se espalhou rapidamente não só pela antiga república soviética, mas também pela Bielorrússia (atual Belarus) e Rússia. Calcula-se que dezenas de milhares de pessoas foram contaminadas pela radiação.

Quatro anos depois da tragédia nuclear, um grupo de 139 crianças russas, bielorrussas e ucranianas chegou a Cuba para submeter-se a várias terapias no complexo clínico de Tarará, perto de Havana. O hospital foi especialmente adaptado para atender as “crianças de Chernobyl”.

Medina informou que até agora 17.508 crianças receberam tratamento em Tarará e outros centros médicos de Havana, por um período médio de três meses. Cuba também recebeu 3.241 guias e acompanhantes vindos da Ucrânia, Rússia e Bielorrússia. “A maioria das crianças sai curada e reabilitada. O programa é integral: são feitos minuciosos exames clínicos, odontológicos e se mede o nível de radiação de cada uma delas”, relatou o diretor do programa.

A Rússia e a Bielorrússia suspenderam o acordo em 1992 por falta de verbas para custear as viagens à ilha, a única exigência de Cuba, que assume o restante das despesas com estadia, exames e tratamentos. A Ucrânia se manteve ligada ao programa humanitário cubano sem interrupções.

“As doenças mais comuns são as de tireóide e psicossomáticas ligadas ao estresse pós-traumático, como vitiligo, psoríase e alopecia. Um total de 329 crianças apresentava hematologias graves, e 123 tinham leucemia. Seis foram submetidas a transplantes de medula óssea”, informou Medina. (ANSA).

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