Concluído plano para fabricação de vacinas

O Programa Nacional de Competitividade em Vacinas (Inovacina), finalmente, está pronto. Se ele for levado a sério pelo governo federal, até 2015 o Brasil não apenas terá desenvolvido vacinas eficientes para a sua população, como também terá um déficit menor na sua balança comercial. Hoje, apenas com vacinas, o Brasil tem um balanço negativo entre importação e exportação da ordem de US$ 121 milhões.

“O estudo fez uma lista de vacinas prioritárias, que podem ser obtidas em 3, 5 ou 10 anos, desde que ocorra investimentos em produção, em desenvolvimento e em inovação tecnológica”, disse José Rocha Carvalheiro, atual coordenador do Projeto Inovação. O estudo, segundo ele, não enfoca apenas a questão das vacinas. “Um estudo nos mesmos moldes, para medicamentos, está na sua fase final”, explica Cavalheiro, que também é epidemiologista da Universidade de São Paulo. O Inovacina foi coordenado pela Fundação Oswaldo Cruz, do Rio de Janeiro, que recebeu na última quinta-feira, Dia da Saúde, a visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Pentavalente (contra difteria, coqueluche, tétano, hepatite B e Haemofilus influenzae), raiva em cultura celular, meningite B, meningite C, Hepatite A, Leishmaniose canina e vacina de DNA para uso terapêutico. Esses sete tipos de vacina formam a lista prioritária do estudo coordenado pela Fiocruz. “O Brasil tem tecnologia dominada ou em estágio final de desenvolvimento para produzir todas essas vacinas em até três anos”, explica Carvalheiro.

Além das sete, o estudo enfoca mais 22 vacinas. Oito delas para serem desenvolvidas em até 5 anos e mais seis para o prazo de 10 anos. As demais, outras oito, apenas poderão ser produzidas no País, segundo o estudo, no longo prazo, em 20 anos ou mais.

O Inovacina foi baseado na situação epidemiológica brasileira, na capacidade científica nacional e internacional e ainda na existência de mecanismos alternativos de controle da doença, segundo o coordenador do projeto. “Por esses critérios, por exemplo, a vacina contra a aids não está entre as prioritárias. Existem formas de combater a doença e também, do ponto de vista técnico, ainda se está muito longe de uma solução”, explica.

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