Como ter mais ergonomia no trabalho

Cada vez mais passamos horas e horas a fio no trabalho e quase sempre sentados em frente ao computador.

Hábitos comuns, porém pouco saudáveis, como cruzar as pernas enquanto trabalha, ficar com os cotovelos suspensos ao digitar, se inclinar para ver o monitor, entre outros, acabam gerando desconforto e às vezes até lesões.

Muitas empresas já despertaram para isso e investem agora em consultores, arquitetos, equipamentos e móveis planejados para levar mais ergonomia para o escritório.

Além de terem que obedecer a uma questão legislativa, que especificou condições ergonômicas e vigora desde 1990, as empresas que investem em ergonomia buscam com isso maior qualidade de vida e produtividade no trabalho.

“O ideal é que a empresa pense em como tornar cada atividade de trabalho mais humana, melhorando cada aspecto, desde a comunicação entre os membros da equipe, os detalhes do mobiliário e equipamentos de trabalho, até o contexto do trabalhador no espaço da empresa”, afirma Alison Klein, fisioterapeuta e ergonomista do SEFIT (Serviços Especializados de Fisioterapia do Trabalho).

Ronaldo Duschenes, designer e presidente da Flexiv (empresa especializada em móveis para escritório) adverte que se o designer desconsiderar a ergonomia ele estará fazendo um mau produto, pois a normativa serve para dar parâmetros, uma vez que temos que considerar as medidas antropométricas dos usuários”, complementa.

Traumas cumulativos

Para o especialista, não é difícil saber quando o móvel não é ergonômico, pois, muitas vezes, a posição de trabalho causa dor ou desconfortos.

Quem trabalha muito tempo sentado, acaba deixando o corpo estagnado, adaptando a musculatura a uma condição de sub-uso.

Soma-se a isso o uso repetido de estruturas do corpo que são delicadas e que muitas vezes nã

o estão preparadas para essa condição. “Com efeito, o mobiliário deve ser totalmente planejado para que essas situações causem menos impacto, oferecendo bons apoios para evitar trabalhos estáticos e diminuindo atritos para não gerar traumas cumulativos”, explica Alison.

O fisioterapeuta aponta que estudos estimam que a cada R$ 1,00 investido em prevenção, são economizados R$ 4,00 em tratamentos médicos. Além disso, observa que, atualmente, a maior parte dos afastamentos do trabalho acaba sendo de responsabilidade da empresa, que precisa provar que oferece condições adequadas de trabalho em seu posto.

“Esta mesma legislação também prevê que as empresas que tenham um volume grande de afastados tenham o seu seguro de acidente de trabalho (SAT) ampliado em até 6% sobre o valor bruto da folha de pagamento”, esclarece.

Além de ser vantajoso em termos econômicos, a prevenção é uma grande aliada das empresas ao oferecer melhores condições para trabalhar e, com isso, ter um funcionário mais satisfeito e produtivo.

O corpo agradece

Dicas para ter mais ergonomia no trabalho:

* A altura do tampo da mesa deve ficar entre 72 e 78 centímetros do chão
* Para evitar estrangulamento da circulação dos braços quando apoiados, a borda do tampo da mesa (parte arredondada) deve ser de 2,5 milímetros
* A distância média recomendada entre os olhos e a tela do computador é de 55 centímetros
* A parte superior da tela deve coincidir com a altura dos olhos, para evitar a projeção da cabeça para frente e a adoção de posturas críticas de trabalho
* Os cotovelos e antebraços devem estar apoiados no plano de trabalho e a pessoa deve estar sentada confortavelmente, com a coluna ereta
* O mobiliário deve ser regulável de forma a permitir um mínimo de alternância.
* Recomenda-se que mesas e cadeiras para uso do computador possuam regulagens simples e que possam ser facilmente localizadas para permitir a mudança da postura ao longo da jornada de trabalho

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