O sonho de deixar as preocupações de lado para passar uns dias na praia é o que faz muita gente aguentar firme a correria do final do ano. Mas não é raro que os dias de descanso transformem-se em pesadelo: comidas estragadas ou mal conservadas, água sem tratamento adequado e falta de hidratação são problemas comuns no litoral e que acabam rendendo muitos casos de diarreia no verão. “Praias coalhadas de banhistas e restaurantes sempre lotados, onde nem sempre há atenção suficiente com a higiene, são ambientes perfeitos para a proliferação de vírus e bactérias”, afirma o clínico-geral Claudio Miguel Rufino, da Unifesp. Mas as complicações não param aí e, para passar longe delas, veja as recomendações do especialista.

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Vírus, bactérias e parasitas

Manter alimentos fora da geladeira por muito tempo, o contato com a areia (onde animais podem passar) e a grande quantidade de pessoas circulando na praia fazem deste ambiente um paraíso para a proliferação de microorganismos causadores de doenças. “Os vírus, normalmente, são passados de uma pessoa a outra. Já as bactérias provocam a contaminação a partir dos alimentos”, explica o médico. “Falta de cuidados com a limpeza das mãos é um dos principais gatilhos de doenças”, ele completa.

Previna-se

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1. Só consuma alimentos em lugares onde a procedência é segura. Evite os petiscos de ambulantes e de barracas sem higiene adequada – repare se os profissionais usam luvas, toucas e também na forma como a louça é armazenada. Você também pode levar alguns alimentos de casa para fazer seu lanchinho de uma maneira mais segura.

2. Lave as mãos com água limpa e sabão. Também vale ter uma garrafinha de álcool em gel na sacola de praia para as situações de emergência. Também lembre de higienizar os talheres na praia e sempre lave a latinha de cerveja ou de refrigerante, afastando os riscos de contaminação pelo armazenamento inadequado.

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Combate: ao menor sinal de mal estar, procure um pronto-socorro nas imediações e não tome nenhum tipo de remédio sem prescrição médica. E, enquanto trata a virose, hidrate-se bastante (com água e água de coco) e mantenha o repouso, evitando ambientes lotados e também o sol forte.

Águas contaminadas

Nem sempre a água do mar está própria para o banho. A contaminação por algas ou por esgoto é um risco que deve se evitado – os problemas em desrespeitar a recomendação vão desde alergias graves na pele até intoxicação ou infecções. Além disso, nada de tomar água mineral sem lacre ou de marcas desconhecidas. Picolés artesanais também são um perigo para a saúde, pois não garantia nenhuma deque a produção foi realizada de modo higiênico. A hidratação é fundamental, mas leve de casa seus líquidos ou compre em estabelecimentos onde não há dúvidas quanto à conservação ou origem dos produtos.

Previna-se

1. Passe o tempo livre em praias onde não houve aviso recente de contaminação, mesmo que seja necessário caminhar um pouco ou pegar o carro. Em regiões de mar impróprio, vale até passar longe da areia (que pode ser contaminada pelos movimentos de alta e baixa da maré).
2. Se quiser somente caminhar pela beira-mar, faça isso de tênis ou com outro calçado fechado e confortável.

3. Não tome água vinda da torneira. E, se for reaproveitar a garrafinha de água mineral, não se esqueça de lavar bem o frasco.

Intoxicação alimentar

Mesmo fazendo todas as refeições em casa, a intoxicação alimentar é uma ameaça no verão. Com o calor, os alimentos estragam com facilidade e o organismo sofre com a ação das bactérias. Por isso, monte a despensa da praia em um cômodo arejado e cuide para que a geladeira não seja aberta o tempo todo, garantindo a refrigeração adequada para suas compras.

Também é preciso atenção na hora de cozinhar. A água utilizada no preparo tem de ser mineral ou filtrada – se não for possível, tire da torneira e ferva antes de usar. “Biscoitos, cereais e frutas mais resistentes, caso da maçã, são opções para manter fora da geladeira sem risco de intoxicação”, sugere o clínico.