Cocaína e tuberculose

Pesquisa realizada com 440 usuários de cocaína, internados em hospitais da Região Metropolitana de São Paulo, identificou os riscos que existem entre o uso da droga e o desenvolvimento de infecções pulmonares como a tuberculose. Depois da tabulação dos dados, duas informações chamaram a atenção dos pesquisadores. De um lado, a prevalência de infecções típicas da tuberculose foi de 28% entre os pacientes que concordaram em responder ao questionário elaborado pelos pesquisadores. A taxa é bastante próxima da média registrada para o restante da população brasileira, que é de 30%. O outro dado importante é que o estudo permitiu traçar, em linhas bem gerais, o perfil dos usuários de cocaína mais propensos a desenvolver infecções pulmonares, como ocorre na tuberculose. A pesquisa mostra que dependentes com idade entre 20 e 40 anos, presos por mais de seis meses, estão em grupo de alto risco. O fato de as pessoas já terem estado presas e o número de vezes que isso havia ocorrido não apresentaram significância estatística. O maior problema, segundo o estudo, foi o tempo passado na prisão. Quem ficou menos de 24 horas, por exemplo, apresentou chance bastante reduzida de desenvolver tuberculose apenas por causa desse fator. Problemas respiratórios apareceram em 21% da amostra. A maioria dos viciados havia perdido peso e também apresentava tosse. Todos os sintomas desapareceram depois que o uso da cocaína foi interrompido no hospital. A pesquisa foi feita por Olavo Franco Ferreira Filho, da Universidade Estadual de Londrina, Marilia Dalva Turchi, da Universidade Federal de Goiás, Ronaldo Laranjeira e Adauto Castelo, ambos da Universidade Federal de São Paulo.

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