Cirurgia de redução é apenas para alguns casos

O bancário Alcione Ribeiro Cubas, 38 anos, mudou sua vida há dois anos, quando fez uma cirurgia de redução de estômago. Antes ostentando mais de 150 quilos, hoje ele nem se preocupa mais com a balança: “Devo estar pesando uns 97. Há quase um ano eu estabilizei”, relata. Alcione é uma das muitas pessoas que passaram a procurar a cirurgia para emagrecer. Apesar do sucesso no caso do bancário, é importante destacar que a cirurgia só deve ser realizada em determinados casos, onde realmente se faz necessária.

Alcione conta que, antes da intervenção, sua vida era muito complicada. Não podia nem brincar direito com a filha. Cansava só de andar, ou mesmo de ficar em pé, e chegou a não conseguir passar pelas catracas dos ônibus. “Fiz regime, usei fórmulas para emagrecer por mais de dez anos. Emagrecia, mas engordava novamente. Até que resolvi optar pela cirurgia”, conta.

Hoje Alcione vive completamente diferente. Pode conviver bem com a família, no emprego e já está pensando em voltar a praticar esportes. “A questão estética ficou num segundo plano quando fiz a cirurgia. Mas claro que depois ela aparece. Antes não tinha auto-estima, agora isso também melhorou”, relata.

O cirurgião do aparelho digestivo Daniellson Dimbarre foi quem realizou a operação. Ele explicou que a cirurgia de redução do estômago é feita desde 1950 nos Estados Unidos. No Brasil, há uns dez anos o número de pessoas que usa o método vem aumentando. “É proporcional ao crescimento do número de pessoas obesas, principalmente nos países ocidentais”, explica.

Para que a pessoa se submeta a uma cirurgia, precisa estar com Índice de Massa Corpórea (IMC), calculada a partir do peso e da altura, maior ou igual a 40 quilogramas por metro quadrado. “Tem muita gente um pouco acima do peso que acaba nos procurando. Nesses casos recomendamos dieta e exercício físico”, conta. Segundo o especialista, a cirurgia só é recomendada para quem não conseguiu perder peso mesmo fazendo dieta há mais de cinco anos, além de ter o IMC muito alto.

A cirurgia

Existem cerca de dez modalidades de cirurgia de redução de estômago. A mais usual é a gastroplastia, onde grampos prendem o estômago, diminuindo o espaço a ser preenchido com alimento. “A sensação de saciedade vem quando o estômago enche. Então ele fica menor e essa sensação chega ao cérebro, fazendo com que a pessoa coma só o suficiente”, detalha o médico. Dimbarre alerta que quando o estômago está cheio, não aceita mais alimento. Nesses casos a pessoa acaba vomitando. “Com o passar do tempo o paciente se adapta. Por isso, além dos vários exames clínicos feitos antes da cirurgia, é importante o acompanhamento psicológico”, ressalta.

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