Todos sabem da importância de bons hábitos para a saúde, como alimentação adequada e exercícios físicos regulares.

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Entretanto, mesmo uma pessoa saudável pode possuir uma doença sem sintomas. “Algumas doenças podem ser problemas adquiridos, que não dependem dos fatores de risco tradicionais. Qualquer um pode ter defeitos ou doenças que não apresentam sintomas e estar sob risco sem saber”, explica o cardiologista Alexandre Alessi.

Por isso, o check-up anual é essencial. Uma pessoa mesmo sem sintomas deve fazer, no mínimo, exames como avaliação dos possíveis fatores de risco, incluindo eletrocardiograma, ecocardiograma e teste de esforço. Esse cuidado é ainda mais importante entre os homens, geralmente a partir de 40 anos.

“Sem contar, a preocupação em controlar os fatores de risco, como obesidade, tabagismo, diabetes, hipertensão e colesterol alto”, lembra o cardiologista.

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Barreiras

Um levantamento mostrou que os homens não costumam frequentar os consultórios médicos por conta de três barreiras principais: cultural, institucional e médica.

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O psicanalista Sócrates Nolasco lembra que uma das causas culturais de o homem fugir dos consultórios médicos é porque há uma imagem consolidada de que homem tem que aguentar qualquer “tranco”.

Desde criança, ele aprende que homem não adoece, assim, cuidar da saúde significa admitir fragilidade. “Adoecer está associado à idéia de fragilidade que é incompatível com a imagem de ser forte, poderoso e vencedor predominante na nossa sociedade e disseminada especialmente entre os mais velhos”, enfatiza o terapeuta.

Dados do Datasus apontam que, para cada oito consultas ginecológicas pelo SUS, acontece apenas uma urológica. “Não adianta criarmos a política se o homem não for aos consultórios, isso acarretará em mais custos para o SUS”, alerta Ricardo Cavalcanti, do Ministério da Saúde. Os homens buscam os hospitais quando já são obrigados a se internar, isso gera gastos para o sistema, custos psicológicos para ele e sua família.

Dentre as barreiras institucionais, faltam estratégias para sensibilizar e atrair os homens aos ambulatórios. Entre as barreiras médicas, são enumeradas a falta de postura adequada dos profissionais de saúde e as consultas com duração muito curta. “Os médicos precisam dar mais atenção nas consultas para estabelecer uma relação médico-paciente mais humanizada”, alerta Cavalcanti.

Dentre as doenças que mais matam o homem, até os 40 anos, estão as causas externas (violência e agressões), depois dessa idade, em primeiro lugar estão as doenças do coração e o câncer, principalmente do aparelho respiratório e da próstata. Por isso a importância de criar uma área específica para a saúde do homem.

Mais frequência

Uma das soluções apontadas para facilitar o atendimento ao público masculino é a criação de centros de check-up para homens, com um custo mínimo, pois eles teriam apenas uma esteira, um aparelho de eletrocardiograma, um cardiologista e um urologista.

“Com esses centros cerca de 80% das cardiopatias podem ser prevenidas”, garante Cavalcanti. O coordenador acredita que, nesses locais também será possível fazer a prevenção do câncer de próstata, da mesma forma que a mulher faz o exame preventivo de câncer do colo uterino.

As pessoas que já possuem doenças pré-existentes ou já tiveram algum problema cardíaco, assim como aqueles que fazem parte de grupos de risco, precisam de cuidados redobrados.

“Alguns pacientes devem ser monitorados com maior frequência para controlar os níveis de pressão arterial, colesterol e taxa de açúcar no sangue”, ressalta o cardiologista Alessi.

O urologista Luiz Augusto Bendhack recomenda que a o check-up prostático seja feito a partir dos 45 anos. Se houver indivíduos com histórico familiar de câncer de próstata, os primeiros exames devem ser realizados já aos 40 anos.

Para detecta,r a existência do câncer de próstata é necessário fazer os seguintes exames: digital da próstata, o de toque retal, a avaliação laboratorial por exame de sangue e a ecografia.

“Quando detectado o câncer de próstata, é possível tratar e até mesmo curar o paciente, sem limite de idade, mas é fundamental o diagnóstico precoce para o tratamento adequado”, enfatiza o urologista.

Não dói nada

Infartos e derrames – Fatores de risco são identificados pela pressão arterial (uma vez por ano), pelo perfil lipídico (anual, dosar o colesterol no sangue e triglicérides) e pela glicemia de jejum (anual, mede a taxa de açúcar para pesquisa de diabetes). A eletrocardiografia de esforço verifica a presença de obstruções nas artérias (anual, a partir dos 35 anos de idade).

Câncer de próstata – O toque retal (apalpação do órgão no exame clínico), a dosagem da enzima PSA no sangue, o exame digital da próstata e ecografia devem ser feitos anualmente a partir dos 45 anos de idade. Detectando a doença em seu início, a possibilidade de cura se amplia.

DAEM – O diagnóstico do distúrbio androgênico do envelhecimento masculino prevê a dosagem de testosterona. A doença, caracterizada pela queda brusca na produção do hormônio, leva ao cansaço físico, à irritabilidade e à perda do desejo sexual.

Câncer de pele – Se ele tiver pele clara e pintas, deve consultar o dermatologista. Caso as pintas se modifiquem ou apareçam feridas que demoram a cicatrizar, o controle deve ser mais rigoroso.

Glaucoma – A partir dos 40 anos de idade, deve-se controlar a pressão intra-ocular, que, elevada, pode significar a presença da doença e ainda levar à cegueira.