Asma é um mal de difícil controle

Sono interrompido, aulas perdidas e diversão adiada. Os pais de crianças com asma classificaram o impacto da doença na rotina dos filhos como o principal problema causado pelo mal, incluindo a difícil administração do medicamento e as limitações das atividades do filho por causa dos sintomas.

Para os pais, identificar os agentes desencadeadores da asma é o maior desafio para controlar a doença. Uma pesquisa desenvolvida pelo laboratório MSD ouviu médicos e pacientes (pais de crianças com asma e pacientes adultos) de quatro capitais brasileiras – São Paulo, Belo Horizonte, Porto Alegre e Brasília.

Segundo o levantamento, os médicos afirmaram que somente metade de seus pacientes tem a asma bem controlada, apesar de permanecerem em tratamento. “Quando falamos de controle da asma, estamos indo além do controle de desencadeadores, estamos nos referindo à implementação de tratamento e plano corretos para evitar a recorrência dos sintomas”, afirma Zuleid Mattar, diretora da Associação Brasileira de Asmáticos.

Entre os fatores que os médicos citam como principais barreiras para o controle eficaz da asma estão a baixa adesão ao tratamento e a falta de conscientização de pais e pacientes sobre a gravidade da doença.

Esses fatores foram citados por 63% e 41% dos médicos entrevistados, respectivamente. O foco dos tratamentos deve sempre ser a busca por mais qualidade de vida para os pacientes. “As pessoas com asma podem e devem ser capazes de viver plenamente, tomando medidas para prevenir os sintomas”, ressalta a médica.

Estigma social

O estigma social associado ao uso de inaladores e nebulizadores, assim como a dificuldade de manuseá-los, também foram citados como fatores importantes para a falta de controle da doença.

Segundo 37% dos médicos entrevistados, as crianças são os pacientes com maior dificuldade de utilizar esses dispositivos, mas os adultos (29%) são os mais resistentes ao seu uso.

Por outro lado, como fatores indicativos de que a asma está bem controlada, os médicos apontaram o pouco uso de medicamento de alívio (53%) e a redução do número de episódios de despertar noturno e de tosse e chiado (36% e 37%, respectivamente).

Além desses, os pacientes citaram a manutenção da capacidade de se exercitar e a redução do absenteísmo à escola ou ao trabalho também como fatores importantes para definirem sua asma como controlada (apontada por 44% e 26% dos respondentes, respectivamente).

A pesquisa do MSD também teve o objetivo de avaliar o conhecimento de médicos e pacientes sobre a correlação entre asma e rinite alérgica. Essas são duas doenças decorrentes da inflamação das vias aéreas e não raro ocorrem simultaneamente.

“Segundo as diretrizes ARIA (Allergic Rhinitis and its Impact on Asthma), sabe-se que os sintomas de rinite alérgica tendem a piorar o quadro de asma e que a rinite deve ser considerada um fator de risco para o seu desenvolvimento”, reconhece Zuleid Mattar.

Adesão ao tratamento

As principais razões apontadas para a asma não controlada pelos pais estão relacionadas à adesão ao tratamento: 87% afirmam que o filho nem sempre toma medicamento e 29% acham que a difícil administração do medicamento afeta também.

Os pais concordam com os médicos que a adesão ao tratamento é fator essencial no controle da asma de seus filhos e que sua participação nesse processo é fundamental. Ambos os grupos também concordam que o impacto da doença na vida dos filhos é a questão que mais traz preocupação para os pais.

Para a especialista, o fator que precisa ser mais compreendido e discutido no consultório médico é a questão da diferença entre os desencadeadores da asma e as estratégias de controle dos sintomas.

No seu entender, é importante entender que evitar os desencadeadores e utilizar o tratamento correto pode ajudar essas crianças a ter melhor qualidade de vida e uma infância normal, por meio do controle da doença.

“Quanto melhor for o controle do ambiente e quanto maior a ades&ati,lde;o ao tratamento preventivo, menor a chance de o paciente sofrer crises”, garante a médica.

Os números da asma

* A asma afeta de 100 a 150 milhões de pessoas no mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS)
* De acordo com a American Academy of Allergy, Asthma and Immunology, té 2025, o número de asmáticos pode chegar a 450 milhões de pessoas em no mundo
* A prevalência na população pediátrica mundial é de 15% a 20%
* O Brasil ocupa a 8ª posição no ranking negativo da asma
* A doença é a terceira causa de hospitalização pelo SUS, provocando quase 400 mil internações ao ano.
* Perto de 20% dos brasileiros têm ou já tiveram alguma manifestação da doença
* Um quarto deles destes tem a forma moderada ou grave
* Seis pessoas morrem diariamente pela falta de tratamento adequado

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