Amamentação reduz risco de câncer de mama

Uma pesquisa internacional demonstra que os períodos de amamentação curtos ou escassos aumentam o risco de câncer de mama. A descoberta se baseia em 47 estudos epidemiológicos dos quais participaram quase 150 mil mulheres de 30 países do mundo ocidental.

Já se sabia que a gravidez aumenta as defesas contra o câncer mamário, mas não se tinha certeza se a amamentação também contribuía para isso.

Do estudo participaram 50 mil mulheres que tiveram câncer de mama e 97 mil sadias. Resultou que enquanto as primeiras tiveram menos filhos do que as segundas, 29% das primeiras nunca amamentaram, contra 21% das segundas. As mulheres que contraíram câncer amamentaram por períodos 50% menores do que o fizeram as mulheres sadias.

Segundo o estudo, o risco de contrair esse tipo de câncer, o mais comum entre as mulheres, diminui em 4,3% para cada ano de amamentação, percentual que se soma aos 7% para cada filho. Em outras palavras, os riscos diminuem 50% se a mulher tiver mais filhos e os amamentar por mais tempo.

Um dos responsáveis pelo estudo, publicado na revista “Lancet”, Gillian Reeves, disse que é impossível que as mulheres voltem a ter o número de filhos que tinham há 100 anos, mas se a amamentação durasse uma média de seis meses seria suficiente para registrar uma queda de 5% nos tumores.

Uma das primeiras associações entre amamentação e maternidade e o câncer de mama foi estabelecida pelo estudioso italiano Bernardino Ramazzini, pai da moderna medicina do trabalho, que no século XVIII descobriu que a porcentagem de tumores em um grupo de monjas de Pádua era maior do que a média, atribuindo-o à falta de gravidez.

Enquanto em princípios do século XX amamentar era um fato comum e socialmente aceito, com a invenção do leite artificial começou um distanciamento entre mãe e filhos. Essa tendência se reverteu um pouco com o avanço dos conhecimentos científicos sobre os benefícios acarretados pela amamentação às crianças. O professor Valerie Beral, que dirigiu o grupo de estudiosos, disse que se trata “de um progresso importante e resta agora descobrir se é possível reproduzir esses benefícios artificialmente”. (ANSA)

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