A menopausa chegou e trouxe com ela aumento de quilos, insônia, instabilidade de humor, cansaço, tontura e, claro, o famoso calorão. Sem tratamento à base de hormônios sintéticos, mas com mudanças na alimentação e na regularidade da prática de exercícios, a escritora Rosana Bond, de 56 anos, conseguiu reduzir os incômodos típicos desse período da vida. “Esses desconfortos podem fazer da menopausa uma das fases mais difíceis para a mulher nos campos emocional e físico. Mas uma dieta equilibrada e suplementos alimentares aliviam os sintomas”, afirma a nutricionista Daniela Jobst.

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O que caracteriza a menopausa é a queda dos hormônios estrogênio e progesterona, que costuma ocorrer entre os 45 e os 55 anos de idade. Segundo a nutricionista Cristina Corrêa, a soja pode ser uma grande aliada do equilíbrio hormonal, já que “a estrutura das isoflavonas do alimento são semelhantes à do estrogênio”. Cristina conta que os cientistas começaram a se interessar mais pela questão após estudos demográficos revelarem que apenas 9% das mulheres asiáticas, que têm uma dieta rica em soja, sentiam ondas de calor na menopausa, enquanto o mal atingia de 80% a 90% das ocidentais. Os benefícios da soja foram comprovados por um estudo da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), do qual participaram 60 mulheres, divididas em três grupos. Durante 16 dias, o primeiro recebeu um alimento à base de soja, enquanto o segundo utilizou terapia hormonal de baixa dosagem e o terceiro tomou placebo. Quem ingeriu o composto de soja diariamente teve as ondas de calor diminuídas em até 65,4% e os problemas musculares e articulares em 40%, além de constatar uma melhora significativa na secura vaginal.

Mas não são apenas as isoflavonas que agem contra os sintomas da menopausa. “Alimentos com quercetina (maçã e cebola), coenzima Q10 (sardinha e aveia) e boro (frutas não cítricas, como pêssego, legumes e castanhas) também contribuem”, diz Daniela. A endocrinologista e integrante da diretoria da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica (Abeso) Cláudia Cozer ressalta que nesse período é importante aumentar a ingestão de cálcio, presente em legumes verdes, leite e derivados, cereais e frutas secas, para evitar a osteoporose. A nutricionista Cristina também aconselha reduzir a quantidade de açúcar e sal, não tomar muito café, ingerir bastante fruta e verdura, limitar o consumo de carne vermelha a uma ou duas porções por semana e comer mais peixes, principalmente salmão e atum, ao menos duas vezes na semana. Beber, no mínimo, oito copos de líquido ao dia, preferencialmente de água, é outra recomendação.

Fazer atividades físicas regularmente é mais uma atitude que deve ser adotada por quem quer driblar os incômodos que vêm com o fim da menstruação. “As mulheres sedentárias estão mais propensas a ter ondas de calor do que as mulheres que se exercitam. Em um experimento, os sintomas da menopausa foram reduzidos imediatamente após o exercício aeróbico”, afirma Cristina. A especialista diz que tomar esses cuidados possibilita que a mulher entre na menopausa e tenha qualidade de vida ao mesmo tempo. E a escritora Rosana confirma, pois, após seguir boa parte desses conselhos, agora respira aliviada. “O negócio desequilibra a gente mesmo. Mas meu peso está voltando ao normal, meu sono está regularizado e eu estou tranquila”.

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Sugestão de cardápio
Café da manhã
Coalhada fresca com uma banana picada ou outra fruta e aveia em flocos. Pão de forma Integral com geléia diet ou sem açúcar. Suco de uva sem açúcar.

Lanche da manhã
Uma porção de fruta fresca

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Almoço
Salada de folhas verdes com tofu picado, nozes e damasco. Arroz Integral com cenoura ralada. Soja cozida e temperada. Peixe cozido com couve-de-bruxelas. Uma fatia de melão.

Lanche da tarde
Leite de soja light batido com linhaça dourada moída, mamão, couve-verde e castanha-do-pará.

Jantar
Sopa de legumes mistos com brócolis. Uma porção pequena de uvas.

Ceia
Chá de erva doce.