Álcool em gel previne queimaduras

Os números assustam: no Brasil cerca de 150 mil pessoas por ano são vítimas de queimaduras provocadas por acidentes com álcool líquido. Um terço desse total são crianças. Para atacar o problema, em 2002, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) editou a Resolução (RDC) 46. Com ela, proibiu-se a venda do álcool líquido 96.º GL no País. A ação causou a redução de 60% de casos nos primeiros meses de validade da medida. Em contrapartida, uma liminar concedida em favor de um grupo de fabricantes de álcool, permitindo a venda do produto, provocou um retrocesso e os acidentes voltaram a crescer.

Basta uma visita a qualquer enfermaria do País para presenciar o drama das vítimas de queimaduras em acidentes com álcool. Homens, mulheres e crianças, gente de todas as idades, com a marca impiedosa do fogo. Se essas pessoas tivessem álcool na forma gel em suas casas, ao invés da substância líquida com alta gradação etílica talvez não precisassem enfrentar drama tão cruel. “A grande vantagem do álcool gel é que, com ele, o fogo não se espalha, como acontece com o líquido”, explica Jorge Luiz Cavalcanti, técnico da Gerência de Saneantes da Anvisa.

A maior parte dos acidentes tem como palco churrascos, onde os participantes utilizam o álcool 96º GL (Gay-Lussac) para obter uma combustão mais rápida. Brincadeiras de crianças são outra causa desses acidentes.

Voltar ao topo