Acidente vascular cerebral – como prevenir?

Popularmente conhecido como derrame, o acidente vacular cerebral (AVC) consiste na obstrução ou romprimento de uma artéria ao nível do cérebro. É uma das quatro principais causas de morte entre adultos e idosos, além de determinar seqüelas importantes com repercusão na autonomia das pessoas acometidas pela doença. Embora possa ocorrer em qualquer idade, é mais freqüente entre os idosos. Constitui sempre uma emergência médica, sendo que a recuperação do paciente depende, muitas vezes, da precocidade do atendimento.

De maneira prática, classifica-se o AVC em insquêmico, quando ocorre obstrução de uma das artérias do cérebro por um trombo ou êmbolo oriundo, na maioria das vezes, do coração ou artérias do pescoço, como as carótidas; e hermorrágico, quando ocorre o romprimento de uma artéria e estravasamento de sangue para o tecido cerebral.

Os sintomas da doença variam bastante, estando na dependência da região e da extensão do cérebro que é atingida. Os principais são: perda súbita de força ou amortecimento de um membro ou de metade do corpo, perda súbita da visão, dificuldade de falar, dor súbita de cabeça sem causa aparente, dificuldade de ficar em pé, com queda para trás ou para os lados, ou perda da consciência.

Para previr, é fundamental conhecer os fatores que o determinam. Os mais comuns são: pressão arterial elevada e sem controle, arritmia cardíaca, outras doenças cardíacas, diabete melito sem controle, níveis elevados de gordura no sangue, tabagismo, sedentarismo, obesidade, anticoncepcionais hormonais associados ao fumo, anomalia congênita nos vasos do cérebro, ataque insquêmico transitório anterior, acidente vascular cerebral anterior e condições associadas.

Para o seu reconhecimento, a par do exame clínico e neurológico, utilizam-se exames complementares de laboratório, tomografia computadorizada do crânio, ressonãncia nuclear magnética, angiografia cerebral e ultra-sonografia das artérias do pescoço, na dependência do caso e das condições do local do atendimento.

Para a prevenção, além do controle adequado das condições que o determinaram, citadas anteriormente, são necessárias mudanças no estilo de vida, procurando alimentar-se de maneira saudável, controlar o peso, praticar exercícios físicos regulamente, controlar o estresse, abolir o fumo e o álcool, entre outras.

O tratamento do AVC é sempre individualizado, visando reduzir a sua progressão e as complicações. Envolve vários profissionais, como equipe médica e de enfermagem, fisioterapeuta, terapeuta ocupacional, fonoaudiólogo, nutricionista e outros, na dependência do caso.

Os objetivos da reabilitação são:

* Prevenir complicações;

* Corrigir doenças que contribuem para aumentar o AVC:

* Recuperar ao máximo as funções cerebrais afetadas;

* Devolver o paciente ao convívio familiar e ao trabalho, com a melhor qualidade de vida possível.

Luiz Bodachne

é médico geriatra do Hospital Universitário Cajuru da Pontifícia Universidade Católica do Paraná.

Voltar ao topo