A importância de saber ficar em silêncio

Algumas pessoas não conseguem facilmente colocar limites. Sofrem por isto mais do que precisam sofrer na vida. Se sentem cobradas por si mesmas para se expor e acabam sendo vítimas de suas próprias idéias, muitas vezes inconscientes, de que os outros têm direito de saber de todas as suas idéias e situações da vida. Mas não precisa ser assim.

Quando este tipo de pessoa convive com abusadores (maldosos ou não), ela sofre demasiadamente porque combina uma coisa com a outra, ou seja, ela sendo “aberta” demais, dá de “mão beijada” informações sobre si e o abusador se aproveita disso para seu próprio conforto.

Entre casais isto se torna, muitas vezes, um padrão. Um é o invasivo enquanto que o outro é o invadido. Este que é invadido se sente culpado de não dar todas as explicações, e sua própria mente crê que ele precisa fazer isto. Mas não precisa. Uma pessoa tem o direito de ficar calada e proteger-se. Proteger-se e ficar calada não para enganar, mas para não ser usada por quem quer que seja. Usar uma pessoa é abusar.

Pessoas há que vivem numa relação de dependência tal que se acostumam a que o outro se abra demais e isto leva a atitudes de manipulação. Quando este que se abria demais entende que está fazendo mal a si próprio e pára com isto, o outro se ressente e pode atacar. Claro, estava acostumado a ter certo domínio e perde terreno.

Temos o direito de não falar nada diante de certas circunstâncias. Especialmente diante de pessoas abusivas, não confiáveis, que manipulam e mentem.

Isto faz parte da liberdade do ser, do indivíduo ou criatura. Um amor adequado por si próprio provê este autocuidado. A liberdade interior em uma pessoa produz a capacidade de proteger-se na exposição social. Ela fala o que é essencial e só abre mais quando há uma relação confiável, pessoas idôneas, conscientes, honestas emocionalmente.

Honestidade emocional, verdade e justiça nas relações humanas têm que ver com saber o que se está dizendo e o por quê se está dizendo e saber conscientemente que não há aí manipulação, nem papel de vítima, nem busca de ganhos pessoais premeditados.

Há pessoas tão acostumadas a manipular e usar os outros que quando elas perdem isto porque as pessoas ao redor mudam de atitude, ela desaba numa depressão, ou numa explosão de raiva, ou ficam confusas e “perdem o chão”. Bem feito. Elas precisavam disto. Não porque têm que sofrer, mas para acordarem do sonho de querer ser deus e o centro de atenções.

Você tem o direito de não falar. Isto é liberdade pessoal.