Estimativas apontam que para cada grupo de dez homens alcoólatras existem cinco mulheres
viciadas em álcool

Apesar da alegação que ?só bebem socialmente? ser bastante comum entre as mulheres, o fato é que o número de dependentes químicas, e aí se incluem as usuárias de álcool, entorpecentes e remédios antidepressivos, cresceu assustadoramente em poucos anos. Para conhecer os limites dessa dependência, os especialistas buscam indícios biológicos e orgânicos relacionados ao distúrbio. No uso de álcool, por exemplo, pesquisas científicas comprovam que o organismo feminino absorve 30% a mais de álcool que o masculino, ou seja, ingerindo a mesma quantidade de bebida, a mulher se embriaga quatro vezes mais. Apesar disso, segundo as estatísticas, os homens continuam tomando mais ?porres? do que elas.

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Seja por razões físicas, emocionais ou sociais, o fato é que por trás de um hábito, aparentemente eventual, como beber ou ingerir um novo medicamento, pode estar escondida uma prejudicial e dolorosa realidade: a dependência química. Álcool, cocaína, tranqüilizantes, maconha e anfetaminas. Segundo o psicólogo e especialista em dependência química Antônio Olívio Rodrigues, a vulnerabilidade feminina a essas substâncias já é conhecida dos especialistas. ?Em geral, o homem precisa beber por 15 anos para se tornar um alcoólatra. Uma mulher que consuma a mesma quantidade de álcool se torna dependente em cinco anos?, alerta.

Ação devastadora

O organismo feminino absorve
30% a mais de álcool que o masculino, por isso, ingerindo a mesma quantidade de bebida, o
grau de alcoolismo da mulher é quatro vezes maior.

Embora as conseqüências físicas sejam as mesmas para os dois sexos, a dependência se instala mais rapidamente na mulher. O especialista explica que, por isso, a progressão da doença também é mais veloz e a sua ação é mais devastadora no organismo feminino. As drogas, ditas ?legais? como álcool, tranqüilizantes, antidepressivos e inibidores de apetite, entram lentamente no universo feminino, como válvula de escape e de forma destrutiva podem geram danos gravíssimos para a saúde, além de prejudicar o relacionamento com familiares e amigos.

Alguns levantamentos apontam que o número de mulheres de meia-idade que sofrem com o alcoolismo, também está aumentando. Entre elas, muitas são donas de casa, que na maioria das vezes nunca trabalharam fora, outras sofrem com a menopausa e existem, ainda, aquelas que se sentem sozinhas com a partida dos filhos. Outro agravante, no entender do terapeuta, desta vez para as mais jovens, é a busca frenética pelo corpo ideal e a urgência em emagrecer, fatores que tornam a mulher um alvo da dependência por inibidores de apetite, as conhecidas anfetaminas.

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Os especialistas reconhecem que o caminho de volta é árduo. Por isso, recomendam que, aos primeiros sinais de mudanças no comportamento, atitudes compulsivas ou alterações no humor, as mulheres procurem auxílio. É a melhor maneira de evitar a fase crítica que é a dependência. Segundo Rodrigues, além do tratamento médico adequado, com medicamentos que facilitem a desintoxicação, a intervenção da psicoterapia ajudará para que elas se livrem do vício e voltem a ter uma vida normal, sem álcool ou drogas.

O sexo frágil

Por que as mulheres são mais vulneráveis ao álcool e às drogas:

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* O organismo da mulher absorve 30% a mais de álcool que o homem

* Elas têm mais dificuldades para metabolizar o álcool por ter mais gordura e menos água que o organismo masculino

* Os tranqüilizantes também aderem melhor ao tecido gorduroso

* Depressão e quadros de ansiedade são mais freqüentes nas mulheres, que acabam encontrando nos ansiolíticos – calmantes e antidepressivos – um alívio temporário para esses problemas.

* O homem possui uma quantidade duas vezes maior de enzimas que protegem o fígado dos efeitos maléficos do álcool