Curitiba irá sediar, nos dias 20 e 21 de outubro, o 1º Simpósio de Implante Coclear –  Mitos e verdades sobre a surdez. O evento tem o objetivo de apresentar todo o processo que envolve uma cirurgia de implante coclear, desde a seleção, quando é analisado se a pessoa é ou não candidata ao implante, até o acompanhamento necessário após a cirurgia. ?Nosso objetivo é reunir os maiores especialistas no assunto no país e divulgar a cirurgia de implante coclear, que ainda é pouco conhecida?, explica a psicóloga do Hospital Iguaçu e organizadora do evento, Lesle Maciel, que tem um filho que recebeu implante.

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O simpósio é voltado a todos que tenham interesse no assunto, profissionais da área da saúde, assistentes sociais, usuários do implante coclear, pais, entre outros. As inscrições podem ser feitas pelo site www.simposiodeimplantecoclear.com.br.

O evento é realizado pelo Hospital Iguaçu, que é único no Paraná que realiza o implante (por convênio) e que conta com uma equipe multidisciplinar especializada, chefiada pelos otorrinolaringologistas, Mauricio Buschle e André Ataíde. O hospital começou a realizar a cirurgia em junho, estabelecendo uma rotina médica na cidade. O Hospital Iguaçu vem somar-se a outros centros que realizam o implante, localizados em Porto Alegre (RS), Natal (RN), Bauru (SP), Campinas (SP), Ribeirão Preto (SP) e São Paulo (SP).

Sobre a cirurgia

A cirurgia de colocação do implante coclear consiste em inserir na parte interna do ouvido um dispositivo eletrônico, composto por um grupo de eletrodos e um aparelho receptor. Por fora, colocado atrás da orelha, fica a parte que processa a fala, com um microfone e a bateria. O implante coclear substitui a função da cóclea, importante órgão do ouvido que codifica os sons, transformando os sinais sonoros em impulsos elétricos, fazendo com que o paciente possa ouvir. A comunicação entre os componentes externo e interno é realizada através de ondas de freqüência transmitidas pela pele intacta (percutâneo).

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?A cirurgia de implante coclear pode ser indicada tanto para adultos quanto para crianças maiores de um ano de idade que apresentem surdez profunda, ou seja, não ouvem nada e que não tenham benefício com aparelho auditivo. A reabilitação da criança é mais rápida, pois, geralmente, a cirurgia é indicada quando ela está aprendendo a se comunicar com o mundo ao seu redor?, afirma o Dr. Maurício Buschle, cirurgião e otorrinolaringologista do Hospital Iguaçu.

Após a cirurgia, o paciente terá que ser submetido a sessões de fonoaudiologia por um período que varia de seis meses a dois anos, com duas consultas semanais. Essas sessões são fundamentais, pois o paciente terá que adquirir oralidade ou reaprender a ouvir. ?Todo esse processo, de seleção do paciente, da cirurgia e da reabilitação devem ser acompanhados por uma equipe multidisciplinar, formada por otorrinolaringologistas, fonoaudiólogas e psicólogos?, completa dr. Maurício Buschle.

Realidade brasileira

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Atualmente 350 mil brasileiros que sofrem com a surdez estão habilitados a receber o implante e assim levar uma vida praticamente normal, podendo ouvir o que antes era um doloroso silêncio. Pesquisas informam que anualmente cerca de 12 mil crianças nascem com problemas de surdez no país, sendo que o implante coclear pode ser uma solução.

A falta de informação, no entanto, impossibilita o acesso a esta cirurgia, que já é praticada no Brasil há mais de uma década. Até agora, cerca de mil pessoas, entre adultos e crianças, foram implantadas no país. O paciente pode obter recursos para a cirurgia de implante coclear através do Sistema Único de Saúde (SUS) ou por plano de saúde.