Vassouras abriga Festival de Música

Nos anos 30, Villa-Lobos freqüentemente subia a serra, de trem, rumo a Vassouras (RJ). E conta a lenda que foi ali, entre a fumaça dos vagões e a paisagem de Mata Atlântica, passando pelos palacetes rurais e os pés de café, que ele compôs O Trenzinho do Caipira. A foto de Villa – de charutão, jogando sinuca – está na parede do Bar Brasil, na praça da Matriz de Vassouras.

O trem não sobe mais a serra. Mas neste mês de julho, entre os dias 20 e 27, a música está de volta em grande estilo a essa região, com a realização do primeiro Festival Vale do Café. As ruas de Vassouras, os recantos históricos e turísticos da cidade e as magníficas fazendas dos arredores – e algumas não ficam nada a dever às mansões rurais da Europa – recebem pela primeira vez duas dezenas de intérpretes, regentes, professores e pesquisadores de música para oferecer aos visitantes uma programação de concertos, palestras e aulas.

São quatro as fazendas que vão sediar concertos: Cachoeira Grande, que foi a residência do Barão de Vassouras; São Fernando; Santa Rosa do Tinguá e Galo Vermelho. Linhas de vans estarão à disposição para o deslocamento dos visitantes. Na cidade, a igreja e a praça – entre outros prédios históricos – serão cenário de espetáculos, que reunirão desde um grupo de sete harpistas até trapezistas e a deliciosa Orquestra Ciclofônica, que toca sobre bicicletas.

Coordenado pelo violonista Turíbio Santos, pela primeira harpista do Theatro Municipal do Rio, Cristina Braga, e pelo consagrado produtor musical Luis Cláudio Prézia e Paiva, o festival inaugura uma nova rota que reúne a grande música, a história preservada e a vida cultural de uma das mais belas regiões do país.

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