Vale dos Vinhedos lança o enoturismo

Tomar um café colonial pela manhã em meio à natureza, com a recriação do ambiente das regiões vinícolas européias – far la colassion -, visitar cantinas, degustar vinhos e sucos, almoçar e jantar em osterias e participar de cursos especiais para conhecer vinhos são algumas das atividades oferecidas aos apreciadores do enoturismo que chegam ao Vale dos Vinhedos.

São 23 vinícolas, responsáveis pela produção de cinco milhões de litros de vinhos finos por ano, preparadas para receber visitantes em suas instalações e que, durante a vindima – época de colheita da uva -, dão a largada a uma programação voltada ao turismo.

Na microrregião única no Brasil, numa conjunção territorial que toma parte de três municípios da região nordeste do Rio Grande do Sul: Bento Gonçalves, Garibaldi e Monte Belo do Sul, a cultura da uva e do vinho se faz presente em todos os seus 81 quilômetros quadrados, revelando a vegetação nativa preservada, os parreirais tipicamente brasileiros, com seus literais bordados em plátanos que dão sustentação aos vinhedos, a arquitetura peculiar das vinícolas, dos hotéis, das casas dos agricultores e das agroindústrias.

Se não fosse pelo mapa, seria possível imaginar-se em território europeu, graças à forte influência da colonização italiana, com pequenas propriedades familiares que se voltaram ao plantio da uva de castas nobres que serão transformadas em vinhos finos e à recepção de visitantes que desejam conhecer hábitos e costumes dos vitivinicultores. No vale, a tradição é passada de pai para filho, podendo-se encontrar tanto famílias que vivem exclusivamente do cultivo da uva, quanto as que fazem o vinho.

No caminho da Estrada do Vinho, que dá acesso às 23 cantinas, são observadas as espaldeiras (videiras verticais) e latadas (videiras horizontais), assim como a natureza pujante, através da vista privilegiada por causa dos topos de patamares e vales, que variam em altitudes de duzentos a mais de setecentos metros.

Cento e vinte e cinco anos depois da chegada dos imigrantes, pipas de madeira que dividem o espaço com reluzentes tanques de aço nas adegas revelam a passagem do tempo e a preocupação com a manutenção da cultura local. No vale, estão as capelas Nossa Senhora de Pompéia, das Graças, da Glória, das Almas, além da famosa Capela das Neves, a mais antiga delas, construída no início da colonização, em uma época de grande seca, edificada com litros de vinho da safra anterior, cedidos pelos agricultores locais, para fazer a massa de assentamento dos tijolos da capela.

Essa igrejinha foi construída com vinho da primeira região brasileira com indicação de procedência – a do Vale dos Vinhedos.

Procedência

Pertencem ao Vale dos Vinhedos todas as terras cujo deságüe. O Vale dos Vinhedos inaugura uma nova era na vitivinicultura nacional, com o reconhecimento da sua indicação geográfica pelo INPI. Unidas através da Associação dos Produtores de Vinhos Finos do Vale dos Vinhedos – Aprovale, as vinícolas, desde o ano passado, têm a possibilidade de identificar a procedência de seu vinho, no rótulo da garrafa, a partir de uma série de critérios estabelecidos pelo Conselho Regulador da Indicação Geográfica do Vale dos Vinhedos.

Os vinhos que estão de acordo com essas normas recebem em seu rótulo a inscrição “Vale dos Vinhedos – Indicação de Procedência”. O selo de controle usado na cápsula de cada garrafa garante ao consumidor a origem do vinho.

Mais informações podem ser obtidas na Aprovale – Associação dos Produtores de Vinhos Finos do Vale dos Vinhedos, pelos telefones (54) 451-9601 e 454-3322 ou pelo site www.valedosvinhedos.com.br  e e-mail aprovale@terra.com.br.

Região oferece estrutura

Localização – Com uma área total de 81 quilômetros quadrados, o Vale dos Vinhedos tem 23 vinícolas produtoras de vinhos finos e está localizado a cinco quilômetros do centro de Bento Gonçalves, na Serra Gaúcha. O local recebe cerca de sessenta mil turistas por ano que, além de conhecerem as videiras e aprender sobre a elaboração de vinhos, podem comprar os produtos nos varejos mantidos pelas vinícolas.

Hotéis

O Villa Michelon privilegia a cultura de imigração italiana. As alas de apartamentos levam nomes de vinhos finos. Informações: www.villamichelon.com.br.  Telefone (54) 459-1800.

Pousada Casa Valduga oferece dez suítes. Mais informações: www.casavalduga.com.br.  Telefone (54) 453-1154.

Dall?Onder tem 280 apartamentos e suítes, piscina térmica, jantar com música ao vivo. Como atrações, oferece o passeio de Maria Fumaça e Caminhos de Pedra. Informações pelo site www.dallonder.com.br. Telefone (54) 451-3555.

Farina Park Hotel, no município de Farroupilha, centro da rota da uva e do vinho. Tem 107 apartamentos e estrutura para eventos. Telefone (54) 458-7033.

Hotel Casacurta com sua arquitetura inspirada nos castelos franceses do Vale do Loire, possui tradição em hospitalidade há mais de cem anos. Informações: www.hotelcasacurta.com.br. Telefone (54) 462-2166.

Restaurantes

Das 23 vinícolas existentes no vale, sete delas oferecem restaurantes com comida típica italiana, para grupos de vinte a trinta pessoas, mediante reservas. Cordelier: telefone (54) 453-2333. No cardápio, comida colonial ou churrasco.

A Osteria Mamma Miolo, situada à Vinícola Miolo, oferece comida colonial italiana, além de coelho, leitão, javali e outras caças. Informações: (54) 459-1500.

Com cardápios semelhantes, a Adega Dom Cândido oferece comida típica italiana, na antiga vinícola. Informações: (54) 453-3620.

Adega Cavalleri: (54) 459-1001.

A Vinícola Cave de Pedra, pelo telefone (54) 459-1267 e a Vinícola Calza Júnior pelo telefone (54) 457-1173.

Já a Adega Casa Graciema oferece seus cardápios dentro de pipas de madeiras. Informações: (54) 453-2412.

O restaurante da Adega Casa de Madeira abre somente ao meio-dia diariamente, menos nas segundas-feiras. Atende também grupos com reservas para jantares, pelo telefone (54) 4520-5678, assim como o da Casa Valduga – aberto somente sábados e domingos e durante a semana opera para grupos com reserva – telefone (54) 453-1154.

Na rodovia que conduz a cidade de Garibaldi a Bento Gonçalves e ao vale também encontram-se os restaurantes Giuseppe (54) 463-8238, Del Fillippi (54) 463-8065, e o Canta Maria (54) 453-1099.

Onde comprar

Quase todas as vinícolas do Vale têm varejo com degustação à disposição do visitante. Entre os produtos que são comercializados estão suco de uva, queijo, e os vinhos finos produzidos pelas vinícolas.

Memorial do Vinho

Localizado no Hotel Villa Michelon, o Memorial do Vinho conta a história do Vale através de painéis com textos, acompanhados de imagens. O acervo é composto por utensílios utilizados no início da colonização para a colheita da uva e elaboração do vinho. Está aberto à visitação, com acesso gratuito. Informações: (54) 459-1800.

Transporte aéreo

Aeroporto Internacional de Porto Alegre – tempo estimado de traslado até o Vale dos Vinhedos: 1h30.

Aeroporto Regional de Caxias do Sul – tempo estimado de traslado até o Vale dos Vinhedos: 30 minutos.

Distâncias

Curitiba – 628 quilômetros; Bento Gonçalves – 5 quilômetros; Porto Alegre – 120 quilômetros; Gramado – 120 quilômetros; Florianópolis – 590 quilômetros.

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